A Justiça do Rio de Janeiro, na figura do juiz Tiago Fernandes de Barros absolveu todos os réus envolvidos no caso do incêndio do Ninho do Urubu que ceifou a vida de dez atletas da base do Flamengo. A Associação de familiares dos jovens, no entanto, protestou da decisão em nota oficial.
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De acordo com a Associação, que reúne pais, mães, irmãos e demais parentes, a decisão é uma grave afronta. Veja abaixo a nota completa:
“Entendemos que o papel da Justiça não se limita à aplicação da lei em casos individuais, mas exerce uma função pedagógica essencial na prevenção de novos episódios semelhantes, no envio de mensagem clara à sociedade de que negligências de segurança, falhas na estrutura e irresponsabilidades não serão toleradas. Não cumprir essa função configura, para nós, grande afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda sociedade”.
Além disso, o texto também reforça que a absolvição renova o sentimento de impunidade. A associação garante que seguirá em busca de uma revisão da decisão, que saiu na noite da última terça (21).
“A vida dos nossos filhos tem um valor irreparável e em memória aos 10 garotos inocentes lutaremos, até o fim, por uma Justiça efetiva e capaz de inibir novos delitos com sentenças que protegem as vítimas, e não os algozes”, completou.
Relembre o caso:
O incêndio ocorreu no dia 8 de fevereiro de 2019, quando atletas que fardavam a camisa do Flamengo nas categorias de base dormiam em contêineres. A suspeita principal, portanto, é de que ele tenha começado por um curto circuito em um ar-condicionado que permanecia funcionando 24h por dia.
O material do local foi o principal responsável pela propagação do fogo, de acordo com a investigação da polícia. Vale ressaltar, também, que o alojamento não possuía alvará para funcionar, na época, segundo a Prefeitura.
Todos os mortos no local possuíam entre 14 e 16 anos e atuavam pelo clube, buscando o sonho de um dia se tornarem profissionais. Além disso, três atletas ficaram feridas no caso, mas permaneceram com vida e seguem no futebol:
- Jhonata Ventura – Trabalha na base do Flamengo
- Dyogo Alves – Segue no Flamengo
- Cauan Emanuel – Seu último clube foi o Maranguape, do Ceará
Vítimas da tragédia:

O incêndio do dia 8 de fevereiro tirou não somente sonhos, mas também filhos e irmãos que batalhavam desde jovens por uma vida melhor. Por conta disso, é importante que seus nomes jamais caiam no esquecimento, para que outros jovens não tenham a vida interrompida por conta da impunidade de quem devia protegê-los.
Na torcida rubro-negra, no entanto, todos os 10 mortos seguem presentes em orações e músicas que os homenageiam nas arquibancadas. Relembraremos, abaixo, todos aqueles que partiram cedo demais na tragédia que abalou o país, mas que poderia ter sido evitada.
- Athila Paixão (14 anos)
- Arthur Vinícius (14 anos)
- Bernardo Pisetta (14 anos)
- Christian Esmério (15 anos)
- Gedson Santos (14 anos)
- Jorge Eduardo Santos (15 anos)
- Pablo Henrique (14 anos)
- Rykelmo de Souza (16 anos)
- Samuel Thomas Rosa (15 anos)
- Vitor Isaías (15 anos)
Quem eram os réus que a justiça absolveu?
Antes da absolvição dos sete réus, que saiu na última terça-feira (21), outras quatro pessoas já haviam conseguido uma decisão favorável na Justiça, são elas:
- Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, presidente do Flamengo na época – teve a possibilidade de punição extinta devido à idade e pela prescrição da denúncia no MP
- Marcus Vinicius Medeiros, monitor noturno do alojamento – absolvido
- Carlos Renato Mamede Noval, diretor da base do Flamengo – absolvido
- Luiz Felipe Almeida Pondé, engenheiro contratado para concluir as obras do CT1 vinculado à Diretoria de Patrimônio – absolvido
Os outros sete eram:
- Antonio Marcio Mongelli Garotti
- Claudia Pereira Rodrigues
- Danilo da Silva Duarte
- Edson Colman da Silva
- Fabio Hilario da Silva
- Marcelo Maia de Sá
- Weslley Gimenes
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