Torcedor depõe depois de jogar cabeça de porco no estádio

Homem diz ter sido "provocação sadia"

O torcedor que comprou e levou uma cabeça de porco para a Neo Química Arena durante o Derby entre Corinthians e Palmeiras deu um depoimento na 6º Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) neste começo de noite de quarta-feira (6).

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O torcedor chamado Rafael Modihane levou o caso como uma “provocação sadia”, mas negou ter jogado a cabeça do porco no gramado do jogo.

“Em um primeiro momento eu peguei, levei a cabeça de porco só para tirar uma foto ali no estacionamento, mais nada. Por conta de uma brincadeira e tal, porque eu acho que o futebol raiz ainda vive. Eu só quis fazer isso, em momento algum quis confrontar alguém”, comentou o torcedor com repórteres.

“Em momento algum eu joguei a cabeça para dentro do estádio. Eu tinha bebido, onde eu arremessei a cabeça do porco, lá nos setor sul, mas não tinha nada combinado com ninguém.”

A cabeça de porco foi jogada no gramado da Neo Química Arena aos 28 minutos do primeiro tempo do clássico paulista, quando o meia Raphael Veiga estava preparado para cobrar um escanteio. O árbitro Wilton Pereira Sampaio paralisou a partida, e Yuri Alberto chutou a cabeça do animal para fora do campo.

“Provocação é sadia, eu não peguei uma barra de ferro, não peguei nada para agredir ninguém. Não dei um soco em ninguém. Nem sabia que ia repercutir, em momento algum achei isso. Eu compraria de novo a cabeça de porco, tiraria a foto, mas o ato de ter arremessado ela, que ocasionou tudo que aconteceu, não”, disse o torcedor.

“Não quero defender ninguém, mas eu já perdi meu irmão para uma torcida organizada aí, entendeu? Então todo mundo sabe o que eu guardo no meu coração. Agora eu só fiz uma provocação sadia, saudável. A minha vida é o Corinthians, filho. Eu posso ser proibido de entrar no estádio, só que a TV vai estar ligada”, finalizou.

No intervalo do clássico da última segunda-feira (4), dois torcedores foram identificados e levados para o Jecrim (Juizado Especial Criminal) da Arena Corinthians, mas negaram ter envolvimento no caso e foram liberados pelos agentes. O delegado Cesar Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), tem o acesso das imagens do estádio e irá seguir com as apurações do caso.

O árbitro da partida registrou o ocorrido na súmula, e o Corinthians pode ser punido pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pelo acontecimento.

De acordo com o artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), “lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento” pode render uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Segundo o primeiro inciso do artigo, se o objeto lançado for de gravidade elevada ou causar prejuízo para o andamento da partida, a equipe mandante pode perder de um a 10 mandos de campo.

Já o terceiro inciso traz uma ponderação importante. Se o clube mandante ajudar na identificação dos autores da infração, apresentando-os à autoridade policial, ele deixa de assumir a responsabilidade pelo caso.

O Corinthians venceu o clássico contra o Palmeiras por 2 a 0, com gols de Rodrigo Garro e Yuri Alberto na Neo Química. Pouco mais de 46 mil torcedores estiveram presentes no estádio.

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