Tite comenta xingamentos em derrota do Flamengo: “claro que dói”

Tite comenta aspectos e assuntos ligados à derrota caseira do Flamengo para o Peñarol

O Flamengo foi derrotado em casa para o Peñarol pela partida de ida das quartas de finais da Copa Libertadores e viu o sonho da classificação para as semifinais da competição ficar um pouco mais distante. A derrota caseira repercutiu, para além de qualquer outra coisa, na coletiva de imprensa obrigatória que ocorre após o jogo. O treinador Tite foi ouvido sobre o contexto da partida.

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Xingamentos da torcida

Questionado sobre os xingamentos feitos pela torcida do Flamengo a ele durante a partida, Tite revelou que sentiu sim o impacto dessas ofensas.

“Claro que dói no lado humano, mas o lado da experiência também mostra que, quando você produz bem, as reações do torcedor são compatíveis com o amor ao clube. Eu respeito muito isso, até porque vivenciei bastante. Tenho, sim, respeito quando a torcida me critica ou me vaia. O trabalho pode reverter, o resultado também. Transformar isso num desempenho bom lá, vencer e se classificar é um caminho.”

Quando questionado sobre fazer uma auto-avaliação do seu trabalho de pouco mais de um ano no Flamengo, Tite revelou que acredita que a única forma de conquistar a confiança plena do torcedor seja conquistando títulos.

“Eu tenho que respeitar o sentimento do torcedor. Claro que sinto isso, sou humano. Só vai reverter de uma forma. Sabe como se conquista torcedor? Sabe como conquistei os torcedores dos outros clubes pelos quais passei? Ganha título importante. Se não for, tchau.”

Escrita de jogos fora de casa do Flamengo

Questionado sobre a estatística negativa do Flamengo em jogos fora de casa na Libertadores desde 2022 e como isso afeta a sua preparação para o duelo da volta contra o Peñarol, na próxima quinta-feira (26), Tite mostrou positivismo.

“Grande oportunidade de quebrar essa escrita. É histórico, não é assim? Temos totais condições de chegar lá e fazer. Foi um jogo de efetividade. Com dois minutos ou três faz o gol, e você trabalha em cima do resultado. Fomos afoitos em alguns momentos, precipitamos em outros, e o goleiro teve felicidade também. Vai criar metade das oportunidades que criou hoje e vai fazer gol lá. Me cobra depois.”

Opção por Pulgar na vaga de Léo Ortiz

Perguntado sobre o motivo da escolha de Erick Pulgar na vaga que vinha sendo ocupada por Léo Ortiz, que entrou durante a partida e foi um dos destaques técnicos do Flamengo, Tite revelou sua linha de pensamento.

“Todas as possibilidades que são aventadas agora fora do que aconteceu vão ter razão. Todas são “poderia ser melhor”. Pulgar é um jogador de seleção, vinha bem na sequência e estava habituado (à posição) há mais tempo. O Léo estava jogando muito numa situação de que não gostava. Eu precisava naquele momento, e ele contribuiu.”


Mais respostas

Erro de Pulgar, que foi crucial no gol do Peñarol “A gente não pode generalizar por um erro. A escolha foi em cima de um jogador de seleção, de alto nível e que tem todo um lastro em cima de uma equipe organizada e treinada mais com ele do que com o próprio Ortiz.”

Tentativa de reação no jogo “O jogo do desempenho estava bem apresentado, e a efetividade também faz parte do futebol. Futebol é assim, em alguns momentos se fica com a sensação de que vai criar, ou fazer, e a imprecisão te tira. E eu tive essa sensação em alguns momentos durante jogo.”

Opção pela entrada de Alex Sandro e Varela, laterais mais defensivos “Temos dois grandes jogadores na lateral esquerda. Assim como era com Viña, que alternava. Estou tranquilo com qualquer decisão que seja tomada pela qualidade dos dois. Alex Sandro é construtor, com liberdade maior para De la Cruz, mas qualquer um dos dois vai dar uma resposta importante.”

Entrada de Leo Ortiz na vaga de De la Cruz foi correção? “Ideias. Quando tiro Erick, boto o Alcaraz, que é um jogador mais ofensivo e tem chute de média distância. Nós sabíamos que íamos ter um limite de tempo para o Nico (De la Cruz). Você tem uma ofensividade maior com um finalizador de média distância, que é o Charly (Alcaraz). Essa foi a ideia.”

O Flamengo perdeu o jogo no meio campo? “Quando você faz um gol, e nós tivemos um número de finalizações grande no segundo tempo, a equipe adversária vem em um bloco médio baixo. Aí os espaços são menores, você vai arriscar mais e, consequentemente, vai errar mais. Lá vai ter que sair mais. A circuntância do jogo também te permite isso. Faltou sintonia e apressamos em alguns momentos. Faltou, sim, uma melhor escolha na tomada de decisão, uma bola de cruzamento. Mas tudo isso em cima dessa retração do adversário e os curtos espaços que eles nos deram.”

Falta de compactação e de criatividade: como explicar? “Quando os espaços são menores para criar, vai acontecer mais erros de passes. A busca é de finalizações de média distância, como foi a do Alcaraz, no rebote, em que ela acabou batendo no zagueiro, que seria uma possibilidade real de gol. Ou cruzamentos para que tenha jogadores de área para a finalização, que foi a bola do Bruno Henrique no primeiro tempo. E a do segundo, do corte, em que ele traz para dentro e finaliza.”

Probabilidade de retranca do Peñarol na partida de volta “A gente já conquistou uma série de resultados importantes e essa é uma nova oportunidade para reverter isso fora. Já buscamos na altitude, contra o Palmeiras, contra o Bahia em outra circunstância. Está aí a oportunidade. Gol nós vamos fazer lá, é um adversário que vai ter que sair mais.”

Ausência de Pedro “Em relação ao Pedro, perdemos ele, o Cebolinha, o Viña, o Luiz e o Michael. Perdemos cinco jogadores, um lesão muscular, e outros por trauma. Luiz estava no melhor momento dele no Flamengo, Pedro no melhor momento da carreira, Cebolinha também, e o Viña que alternava momentos importantes. São desafios que temos para buscar a classificação.”

Peñarol ainda não perdeu em casa na atual Libertadores “Desafio e possibilidade. Desafio nosso de vencermos fora e classificar.”

Protestos da torcida podem atrapalhar? “Claro que humanamente se sente, mas eu sei respeitar o sentimento do torcedor. Até porque também fui torcedor e queria que meu time vencesse. Mas tenho isso de forma muito tranquila. Não é aqui, todo lugar é assim, e só tem uma forma de reverter. O Campeonato Carioca é insuficiente. Tem que fazer uma campanha e ter um grande título. Pessoalmente dói, mas tem essa experiência toda para direcionar o trabalho. Só tem uma forma, trabalho e resultado.”


O Flamengo volta a campo no próximo domingo (22), quando enfrenta o Grêmio fora de casa pelo Campeonato Brasileiro. Após isso, focará suas energias na partida de volta das quartas de final da Libertadores, contra o Peñarol.

Leia mais: Flamengo é surpreendido em casa e perde para Peñarol

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