O Botafogo sofreu uma reviravolta inesperada na busca por um novo treinador. Vasco Matos, que foi acertado com o clube, decidiu permanecer no Santa Clara e renovar o seu contrato até 2027.
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A decisão aconteceu na madrugada desta quarta-feira, poucas horas após o acerto verbal entre as partes, e envolve questões burocráticas e financeiras.
Do lado do treinador, a alegação é de que o Botafogo não garantiu que ele conseguiria trabalhar integralmente em todas as competições, como a Conmebol Libertadores.
O Alvinegro, por outro lado, afirma que o Vasco Matos omitiu a informação de que não possuía a licença UEFA Pro, para atuar como técnico principal em torneios internacionais.
A negociação entre as partes estava avançada, e John Textor, dono da SAF botafoguense, havia se comprometido a pagar a multa rescisória de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,9 milhões) para tirá-lo do clube português. No entanto, durante a madrugada, o Santa Clara entrou com uma proposta de aumento “fora dos padrões” do clube, oferecendo um significado salarial e dobrando uma cláusula de rescisão para 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 12 milhões).
Burocracia e omissões: o que travou o acordo?
A maior questão que travou o certo foi a falta da licença UEFA Pro de Vasco Matos. Ele possui apenas a licença A da UEFA, que não equivale à licença Conmebol Pro, usada para comandar equipes na Libertadores e no Mundial de Clubes.
Nos bastidores, o Botafogo alega que só descobriu essa pendência após verificar documentos do treinador, enquanto pessoas próximas ao técnico garantem que o clube já sabia da situação. O texto chegou para garantir que buscaria uma licença provisória junto à Conmebol, mas o episódio gerou desgaste entre as partes.
Outro fator que pesou foi a mudança nas condições do contrato. O treinador português teria se incomodado com propostas de alteração no acordo verbal já previsto com o clube carioca. A entrevista final entre ele e a diretoria botafoguense também não foi positiva, o que contribuiu para o resgate.
Botafogo segue sem treinador
Com a resistência de Vasco Matos, o Botafogo volta ao mercado em busca de um substituto para Artur Jorge, que deixou o clube no início do ano para comandar o Al-Rayyan, do Catar.
A diretoria já havia conversado com nomes como André Jardine, Tata Martino, Rafa Benítez, Tite e Roberto Mancini antes de optar pelo português.
Enquanto o novo comandante não está definido, Cláudio Caçapa, que foi anunciado recentemente como auxiliar técnico permanente, assume a equipe interinamente. Ele substituirá Carlos Leiria, que retorna ao sub-20.
O Botafogo viaja nesta quarta-feira (19) para Buenos Aires, onde enfrentará o Racing pelo jogo de ida da Recopa Sul-Americana.
Atual campeão da Libertadores, o Alvinegro busca mais um título continental, mas agora, sem um treinador definido para a temporada.
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