Renato Gaúcho revelou, em entrevista coletiva, que recebeu interesse de outras quatro equipes da Série A. Com contrato firmado com o Grêmio até o final do ano, o treinador pode ter seu destino selado nesses meses finais de temporada.
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Diante do Palmeiras, nessa sexta (08), Renato Gaúcho completará 800 jogos somando suas duas passagens como jogador e quatro como técnico do clube. Aos 62 anos, o treinador falou sobre a marca e também sobre seu futuro.
O ídolo gremista disse que vai conseguir os pontos necessários para evitar que o Tricolor seja rebaixado para, aí sim, discutir com a diretoria sobre os próximos passos para sua carreira. Renato disse que, se fosse pela sua vontade, assinaria contrato vitalício com a equipe, mas que vai ouvir todos os lados antes de tomar qualquer decisão.
“Por mim, faria um contrato para o resto da minha vida com o Grêmio. Minha cabeça hoje está voltada para fazer os pontos que precisamos no Brasileirão. Não posso chegar lá para o presidente do clube, para o vice-presidente, para o executivo e para a torcida do Grêmio e dizer: ‘Eu vou ficar’. Pode ser um desejo meu. Mas aí tem uma decisão de um presidente, de uma diretoria, de um executivo e da torcida.”
O treinador também revelou que recebeu interesse de quatro equipes da Série A nas últimas semanas. No entanto, também revelou que seu desejo não é de deixar a equipe na mão num momento como esse.
“Dois clubes grandes da Série A tentaram me tirar daqui há uns três meses. Falei para eles, costumo cumprir meu contrato. A não ser que o clube me mande embora. Nas últimas três semanas, quatro clubes da Série A me procuraram. Em uma situação dessa, jamais abandonaria o Grêmio.”
Renato falou sobre o sentimento de atingir a marca de 800 jogos pelo Grêmio.
“É difícil até explicar, né? Bater essa marca de jogador e treinador, para mim, acho que aí responde muito o porquê tenho uma estátua no clube. Muito feliz, até porque, além de ter essa marca, se você juntar, são muitas conquistas. Tenho essa marca justamente porque dei muito em troca também. É o que eu falei. A minha estátua fala por si. Porque, como jogador e como treinador, eu conquistei muito.”
Questionado sobre se sentia mais carinho pela sua passagem como jogador ou como técnico do clube, Renato disse o seguinte.
“É difícil. Como jogador não tem como não falar, por causa dos dois gols em Tóquio. Eu sabia que me garantia. Estava lá dentro para fazer as coisas, para ajudar. Como treinador, dependo dos outros. Para ser campeão, é muito difícil. É fácil você ver o pessoal comemorando, mas a caminhada é longa para ser campeão. Principalmente, no momento em que fui campeão, como treinador, ninguém acreditava no nosso time. Então, é um mérito maior ainda. Depois de 15 anos, o Grêmio conquistou a Copa do Brasil, uma Libertadores. E muita gente que eu trouxe para ser campeão naquele ano eram jogadores desacreditados. Fui criticado por trazer os caras. E os caras foram os campeões. O título é uma emoção muito grande. Só que, como jogador, eu podia decidir, entendeu? Eu, como treinador, tenho de tomar as decisões, mas quem decide são os jogadores.”
Questionado sobre o porquê do casamento com o Grêmio dar tão certo, Renato disse o seguinte.
“É muito a ver o ambiente que se cria no grupo. Isso é fundamental. É por isso que abraço o grupo, estou sempre na linha de frente. Pode atirar em mim, mas no meu grupo não vai atirar. Então por isso que muitas vezes, nas entrevistas, eu até exagero. Tenho consciência disso. Justamente para o peso vir pra mim, não pra eles.”
Recentemente, Renato protagonizou alguns desentendimentos com jornalistas nas entrevistas coletivas. Ele falou sobre o assunto.
“Reconheço isso, exagerei em algumas entrevistas. Mas ao mesmo tempo, se coloque no meu lugar. Você não tem noção do que eu passo e o que eu mato no peito dentro do clube. E aí chega uma hora que eu vejo muitas vezes, claro que não são todas, mas um ou outro falando besteira. Aí é o momento de descarregar. Estou errado, mas é o momento de descarregar. Você não tem noção do que eu faço nesse clube.”
O técnico também relatou um pouco do que é a pressão que sente por ser treinador do Grêmio.
“Muita gente já fala assim: ‘Ah, o Renato manda no Grêmio’. Não mando p* nenhuma. Sou empregado do Grêmio. Quem manda no clube é o presidente, tem um vice-presidente, tem um executivo. Eu ajudo os departamentos. Simplesmente isso. Então muitas vezes é muita coisa na minha cabeça. Se estou vendo uma coisa errada, se não me meter, a coisa vai estourar em mim, no treinador. Procuro ajudar o clube e defender a instituição. Então sobre isso que você falou, que às vezes eu reconheço, eu vou mudar. Mas é muita pressão. Você não tem noção.”
Questionado sobre essa irritação nas entrevistas ter a ver ou não com uma possível saída, Renato disse.
“Não tem nada a ver. Dois clubes grandes da Série A tentaram me tirar daqui há uns três meses. Falei para eles, costumo cumprir meu contrato. A não ser que o clube me mande embora. Nas últimas três semanas, quatro clubes da Série A me procuraram. Em uma situação dessa, jamais abandonaria o Grêmio. Jamais. E a situação poderia ser até pior. Só a gente sabe o que passou neste ano. Tanto é que todos os anos sob o meu trabalho o Grêmio brigou no G-4. Esse ano foi atípico, porque o Grêmio não jogou na Arena.”
Quando perguntado se, em caso de sair do Grêmio, continuaria trabalhando, Renato disse o seguinte.
“Não sei. A minha família não quer que eu trabalhe mais. Tem sido muito pesado. É por isso que eu digo, é só ver o que o Grêmio passou. E eu estou sempre na linha de frente. Então chega uma hora que não é fácil. Minha família não quer mais que eu trabalhe, não. E não é de agora, não. Já lá de trás.”
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