Grêmio e Cruzeiro empataram por 1 a 1 nesta quarta-feira (27), pelo Campeonato Brasileiro. Na coletiva após o jogo, Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, teve um desentendimento com os jornalistas e ameaçou não dar mais entrevistas após as partidas.
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Renato interpretou o ponto conquistado no Mineirão como um bom resultado para o Grêmio. O treinador foi questionado sobre o seu trabalho na temporada e sobre sua continuidade no clube. Ele se mostrou incomodado com as perguntas e afirmou que muitas mentiras estavam sendo espalhadas.
“Se continuar essas invenções de notícias para tumultuar o ambiente, eu vou ser o primeiro a conversar com a direção e pedir para não dar mais entrevistas. Já que vocês não querem ser profissionais, não vou mais falar. De novo. Eu sou muito bom. Sou bom demais. O que vocês fazem com os treinadores não dá, não.”
O técnico, então, prometeu revelar os nomes dos jornalistas que o haviam incomodado e disse que, no dia em que deixasse o Grêmio, convocaria uma coletiva apenas para rebatê-los.
“Se continuarem mentindo, eu vou dar nomes aos bois, vou chamar de mentiroso, covardes. Vocês também têm família, andam por aí e o torcedor conhece. Alguns de vocês vão começar a passar dificuldade também. Não tenho medo de ninguém da imprensa. Respeito e sou profissional, se forem profissional comigo. Se continuar inventando notícia, não vou mais dar entrevista.”
A crítica tem a ver com as especulações feitas a respeito de uma troca da comissão técnica do Grêmio para 2025. Mas, segundo o presidente da instituição, Alberto Guerra, a única preocupação agora é a permanência na elite do futebol brasileiro.
Apesar das declarações polêmicas feitas pelo treinador, Renato afirmou que não teve a intenção de ameaçar ninguém e que é contra a violência. Nesta quinta-feira (28), ele divulgou uma nota para esclarecer a situação.
“Não sou de fazer ameaças. Sou contra qualquer ato de violência e quem me conhece sabe muito bem disso. Então, vou tentar explicar o que eu quis dizer ontem. O que vemos cada vez mais no futebol é a total falta de respeito por parte, principalmente, de jornalistas identificados. O jogador tal é um lixo, não pode vestir a camisa desse ou daquele time. Esse jogador é uma m… Esse treinador tem de ser demitido. Entre muitas outras ofensas que são feitas todos os dias. Será que é fácil para os filhos dos jogadores, para as famílias dos jogadores, ouvir esse tipo de coisa? Como será que é a vida dos filhos dos jogadores, dirigentes, treinadores, quando esse tipo de coisa acontece? Ou será que do lado de cá ninguém tem família? O que aconteceria se durante uma entrevista um profissional do futebol respondesse assim: ‘Acho que seu chefe deveria mandar você embora. Sua pergunta é muito ruim’. ‘Como a sua emissora tem coragem de ter você como profissional?’ Como sua família se sentiria? Como seus filhos ficariam na escola? Foi isso que eu quis dizer. Repito. Nao ameacei ninguém. Sou contra qualquer tipo de violência, mas é preciso trabalhar com respeito”.
Na manhã desta quinta-feira (28), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, com o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas, divulgou uma nota de repúdio às declarações de Renato. A entidade também anunciou que está avaliando a possibilidade de encaminhar o caso a outras instâncias.
“É uma fala lamentável, posto que é repleta de ameaças e fere a democracia, chegando no limite do crime de ameaça. Colocar em risco a integridade de familiares de jornalistas, além dos próprios, é de um absurdo inominável.”
O Grêmio volta a campo no próximo domingo (01), em casa, contra o São Paulo, também pelo Brasileirão.
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