Após a classificação do Flamengo na Copa do Brasil, diante do Bahia, o volante Léo Ortiz cedeu entrevista na zona mista do Maracanã e falou sobre a sua situação no esquema tático de Tite, na qual tem sido mais vezes utilizado como volante do que como zagueiro, sua posição de origem.
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Foi de Léo Ortiz o passe em profundidade para Bruno Henrique, que bem posicionado achou o passe para o gol de Arrascaeta contra o Bahia no Maracanã. Apesar de zagueiro de origem, Ortiz tem se saído bem no desafio de compor a posição de volante.
O que começou como uma improvisação vem se tornando algo corriqueiro na escalação inicial do rubro-negro e, para Ortiz, o estudo da posição tem sido pertinente para a melhoria do seu desempenho nela.
“Não dá para chamar muito de improviso, venho fazendo essa função muitas vezes. Não tenho certeza dos dados, mas acredito que eu tenha mais jogado como volante do que como zagueiro desde quando cheguei. Acho que já estou me acostumando com a função. Lógico que mantenho minha função de origem, que é zagueiro, mas hoje estou mais adaptado ali, achando mais espaços e conseguindo desenvolver o meu jogo da forma que eu gosto e da forma que o time precisa também. A gente conversa sempre, não só com o Tite, mas com todos os auxiliares e analistas. Pego o vídeo sempre para analisar. Hoje tenho uma maturidade muito boa para eu mesmo pegar os vídeos e poder crescer com isso, podendo analisar o que errei, acertei e os espaços que posso encontrar. Isso eles (comissão) me passam praticamente diariamente e nos pré-jogos.”
A disputa pela posição na zaga titular do Flamengo tem sido intensa com Fabricio Bruno, recentemente convocado pela Seleção Brasileira, e Léo Pereira, que vem apresentando um bom nível de futebol. Correndo por fora ainda vem David Luiz, que é opção de confiança do técnico Tite. Para Ortiz, a posição de volante apresenta mais oportunidades a ele.
“Me apresenta mais oportunidades, né? Acho que a gente tem uma disputa muito boa ali na zaga, na “volância” também, óbvio. Mas surgiu essa oportunidade principalmente na Copa América. Acredito que eu venho aprimorando e crescendo ainda em relação a isso. Acho que a cada jogo, cada treino e cada momento que eu tenho de refletir sobre o que eu fiz dentro do jogo e nos jogos passados. O que eu acertei e o que eu errei para adaptar e crescer o meu jogo, porque, apesar de eu ter feito essa função na base, ainda estou me reinventando e voltando a alguns comportamentos que eu tinha lá como volante. Me adaptando de novo ao que vem sendo pedido pelo professor Tite. E acredito que tenho tudo para crescer ainda mais.”
Sobre a participação no gol marcado pelo Flamengo diante do Bahia, Ortiz revelou o que foi seu pensamento na tentativa do passe para Arrascaeta e, depois, para Bruno Henrique.
“Na verdade, eu vim procurando o Arrasca durante todo o jogo, em todo momento ali entre linhas. Eu sei que ele gosta de jogar muito naquela função ali, a gente sabe o quanto ele complica os adversários naquela posição de campo. Eu tentei buscar, logo ela rebateu, e a gente sabe que agora a gente está com um outro homem de frente ali, com uma outra característica. O Pedro já é um jogador mais de retenção, de segurar a bola, e o Bruno a gente sabe que é um cara que busca atacar sempre o espaço. Logo que ela rebateu, eu já dei o passe para frente, buscando a profundidade. Lógico que tem que valorizar também o movimento do Bruno, que vinha buscando isso no jogo inteiro. Às vezes não dá para pensar muito, mas é mais buscar na ideia sobre o que o atacante gosta de fazer”
A exigência física de atuar como volante é bem diferente da que se gera por atuar como zagueiro. Léo Ortiz tem consciência disso, mas para ele, é tudo questão de adaptação.
“Na parte física, é óbvio que vou sentir um pouco mais do que um volante natural. Por mais que eu tenha feito a função na base, eu estava cinco ou seis anos jogando como zagueiro. As métricas mudam muito em relação a sprint e distância percorrida. Então isso requer mais tempo para adaptação. Sobre parte física, não tem como fazer um trabalho diferente no meio da temporada, a gente vem numa sequência de jogos. Aí quando teoricamente tem a parada da Data Fifa, que é onde tem mais tempo para fazer, é um período em que você tem que descansar também porque você vem de sequência grande. O trabalho tem sido mais falado.”
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Ter deixado o campo mancando “Estava morto (risos). Realmente foi só cansaço, tenho me adaptado à nova função de volante. Não dá para chamar de improviso, mas venho me adaptando às funções táticas e parte técnica dentro do jogo para achar os espaços. Venho analisando muito meus jogos para poder crescer cada vez mais nessa função. Mas a parte física ainda vai ser uma dificuldade de se adaptar. Eu vinha fazendo seis ou sete anos como zagueiro. É uma adaptação que demora mais a acontecer, mas enquanto isso o bonde está andando, e a gente tem que ir jogando (risos).”
Comentários sobre Evertton Araújo, volante da base que teve sua chance contra o Bahia “Parabéns ao Evertton. Por mais que não fosse a estreia dele como profissional, mas você ser titular num jogo de volta de quartas de final da Copa do Brasil é sempre complicado. E enfrentando um meio-campo de muita qualidade, que é o do Bahia. Ele cresceu muito nesse jogo, fez um grande jogo. Me ajudou muito ali, é um garoto de cabeça boa. Vai ter mais oportunidades e vai dar conta do recado.”
A data FIFA fez bem ao Flamengo em aspectos físicos e táticos? “Acho que sim, principalmente na questão física para poder recuperar alguns jogadores, como o Arrasca, que tinha ficado fora um pouco antes da parada. E também pelo cansaço, pela sequência que a gente vinha tendo. Havia muitos jogadores desgastados, então acho que foi bom para recuperar essa energia. E também acho que para a gente poder encaixar algumas coisas que vinham ficando um pouco para baixo do que a gente gostaria, principalmente a pressão alta, poder ficar um pouco mais com a bola, ainda mais no jogo contra o Bahia lá a gente sofreu um pouco com isso. De não conseguir pressionar alto, e aí eles conseguiram dominar a maior parte da posse de bola, apesar de não terem tantas finalizações. E hoje a gente conseguiu pressionar alto, dificultar um pouco isso neles e poder controlar um pouco o jogo com a bola. A gente sabe que a gente tem muita qualidade. Aí a gente agrediu o time deles com o nossos jogadores de frente.”
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