A tarde desta sexta-feira (05) foi de apresentação de um novo profissional pelo Vasco da Gama. Marcelo Sant’Ana, de 42 anos, foi anunciado como novo diretor executivo do clube em uma entrevista coletiva, que também contou com a presença do presidente cruzmaltino, Pedrinho.
Ele chega para repor a recente saída de Pedro Martins, profissional que havia sido contratado pela antiga gestão da SAF do Vasco. Com isso, se torna o primeiro contratado da “era Pedrinho” para o corpo diretivo da sociedade anônima de futebol do clube.
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Com passagens por Bahia e América-RN, Marcelo tem um currículo de bons desempenhos pelas duas equipes. No Tricolor, assumiu a função de presidente, enquanto no clube norte-rio-grandense ocupou o cargo de diretor.
Marcelo passou por conversas com a diretoria do Vasco até que tivesse a sua contratação concluída. Essa foi a sua primeira comunicação oficial com a imprensa desde sua chegada ao Rio de Janeiro.
Primeiras palavras e apresentação
“Muito feliz, muito, por essa oportunidade de estar no Vasco, trabalhar ao lado de vocês, na diretoria do Pedrinho nessa reconstrução do Vasco, nesse reajuste de rota que vamos precisar, para entregar ao torcedor do Vasco parte do que eles esperam e desejam. Para conquistar com cada torcedor os objetivos reais e a realização de sonhos. Futebol é movido por emoção, sentimento e esperança, mas dentro de um cenário de pragmatismo e orçamento. ue a gente consiga construir um Vasco competitivo que honre a história do Vasco. A gente sabe a responsabilidade, tenho consciência de como o torcedor deve estar se sentindo, os últimos 20 anos foram duros. Fico à disposição, espero que a gente tenha um bom convívio e que eu seja pelo menos mais duradouro que meus antecessores (risos).”
Situação de Rafael Paiva
Um dos assuntos mais abordados durante a entrevista coletiva foi a situação por Rafael Paiva, treinador interino do Vasco da Gama neste momento. Perguntado sobre haver ou não alguma definição pela situação do técnico de 39 anos, Sant’Ana revelou o seguinte.
“O Paiva tem tido um desempenho interessante, está na sua segunda oportunidade, conseguiu resultados interessantes ao Vasco, como classificação na Copa do Brasil. Eu acompanhava anteriormente isso, essa primeira semana tive a oportunidade de vê-lo treinando. Antes de vir para a coletiva, estava analisando o relatório do Desp. O Paiva tem uma característica muito importante, porque o Vasco é coragem, e o time com o Paiva tem uma característica diferente com ele. Essa diferença é uma postura que nos agrada mais. No momento (o treinador) é o Rafael Paiva, está sendo avaliado. Por coincidência e mérito, ele trabalhou numa geração vencedora do Palmeiras. É um profissional que está mostrando suas credenciais. Se for entendimento que é para o bem do Vasco sua continuidade, vamos decidir por isso. Independentemente do custo que a gente tenha, a diretoria do Pedrinho tem a credibilidade para tomar a decisão correta. Não estamos aqui para fazer amigos, estamos aqui para dar resultado ao Vasco. Sempre que tiver que tomar uma decisão, essa decisão vai ser pelo bem do Vasco. Vamos buscar, claro, uma sinergia com a torcida. Porque, quando isso acontece, os resultados são melhores.”
Atuação do Vasco na próxima janela de transferências
Perguntado sobre o que pode ser esperado do Vasco nessa janela de transferências do meio do ano, Marcelo opinou que o clube precisa se reforçar, mas mostrou respeito aos atletas que fazem parte do elenco atual.
“A janela de transferência é importante para a gente, geralmente a segunda janela no Brasil é de correção, fazemos menos interferências que no final da temporada . Hoje o Vasco tem 35 atletas, considerando os da base que estão no profissional e os contundidos. Eu busco sempre ter muito respeito aos atletas que estão na instituição, agora naturalmente precisamos, sim, nos qualificar. Já temos mapeados alguns reforços, acredito que em breve a torcida vai ter novidades e principalmente boas novidades. A gente precisa de jogadores que nos ajudem a elevar o nível do Vasco, não que apenas completem o plantel. As correções precisam ser para qualificar o Vasco.”
Boas credenciais de seu tempo no Bahia
Marcelo Sant’Ana agradeceu os diversos elogios que recebeu durante entrevista coletiva de sua apresentação, mas evitou guardar todo o crédito das boas credenciais que tem em sua carreira para si.
“Agradeço aos elogios. Eu recebo muito mérito de um trabalho que é coletivo, eu sou um dos rostos conhecidos do trabalho de reestruturação do Bahia. Como diretor executivo, meu trabalho é mais segmentado. Todos os departamentos têm que funcionar para, no final, os 11 terem o melhor desempenho. O Felipe cuida muito mais do relacionamento dos atletas, dessa parte de pente fino de DNA do Vasco. Eu fico numa parte mais burocrática, contratos, processos, logística… Quando o clube estiver mais estável, poderei estar mais presente no dia a dia. O Felipe tem esse perfil, tem esse feeling do atleta e do mercado também. Entendo que, no momento adequado, temos que fazer investimentos no CT. Tem dois campos de qualidade, que nos atendem nesse primeiro momento, mas tem que ter melhorias. Tem algumas situação que a gente visualiza num médio prazo poder auxiliar o Vasco.”
Indicativo de frentes onde o Vasco atuará no mercado
Perguntado sobre quais as prioridades do Vasco no que diz respeito às posições a serem reforçadas no Vasco durante esta janela de transferências do meio do ano, Marcelo indicou a zaga como um setor a ser reforçado.
“(Falar) sobre as posições, você vai me complicar um pouco. O torcedor que acompanha o dia a dia consegue perceber algumas situações, quais são as necessidades. Sempre gostei de usar atletas da base, estimulei os treinadores. Nunca perguntei uma escalação de time, mas sempre sinalizei pra todos os profissionais com quem trabalhei que se houver 50% de chance pra cada, utilize sempre o mais jovem. Se for 51% a 49%, pode usar o que você tem preferência. Ao mesmo tempo, a gente também não pode depositar responsabilidade nos mais jovens, embora alguns tenham capacidade de corresponder. Na defesa, tivemos o João (Victor) com uma lesão recente, previsão inicial de seis a oito semanas. De zagueiros adultos, a gente tem o Maicon, o Rojas e o Léo. Você fica com o Luiz e o Lyncon, que são dois jovens. São três zagueiros adultos que temos. Se tivermos chance de trazer um que complemente com qualidade… Temos algumas situações em que fica evidente onde está a necessidade. Se o clube hoje negocia com o Coutinho, isso é indicativo de uma posição em que temos necessidade. Fora isso, a verdade do futebol é o campo. Se o jogador demonstra que tá pronto, esse ajuste de elenco você adapta. Às vezes um garoto esperaria seis meses ou um ano para ter uma sequência. A partir do momento que tem oportunidade, ele se firma e você refaz o seu planejamento. Até citar a posição (que necessita de reforços) fica complicado por isso. A gente prefere ter esse cuidado. Analisando o elenco, fica perceptível quais setores precisam se qualificar.”
Situação do centro de treinamento do Vasco
Perguntado sobre a situação do centro de treinamento do clube, que tem sido alvo de críticas por grande parte dos torcedores, Marcelo revelou que as estruturas são consideradas boas por ele.
“Pra esse segundo semestre, ainda não. Ainda estou fazendo um diagnóstico mais completo, tenho cinco dias de clube. Como brinquei na resposta anterior, nem os nomes de todas as pessoas eu decorei. Algumas coisas são mais evidentes, por isso pontuei a questão da parte molhada no CT, para recuperação física, departamento médico e da parte de transição. A questão de ter mais um campo, porque quando você recupera um você sobrecarrega o outro, quando tem dois. Quando tem três, consegue fazer sem grande preocupação. Aqui no Rio de Janeiro, graças a Deus não tem necessidade de mudar grama, como no sul. Aqui você tem um clima mais favorável para esse cuidado com o gramado. Em um segundo momento, sim. Temos algumas situações que esperamos implementar dentro do CT, buscando qualificação ainda maior para os atletas e funcionários. Mas deixo muito claro que nosso CT hoje, pro futebol profissional masculino, atende às exigências da Série A do Campeonato Brasileiro. Pode melhorar? Pode, como cada clube naturalmente busca.”
Será a primeira experiência profissional de Marcelo Sant’Ana em um clube da região sudeste do país. O profissional fez sua carreira na região nordeste, tendo sido bem sucedido nos lugares onde passou.