O Fluminense foi derrotado em 2 a 0 para o Internacional fora de casa em confronto válido pela trigésima terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Após o revés, o técnico Mano Menezes cedeu entrevista coletiva e abordou assuntos ligados ao momento vivido pelo clube.
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O treinador teve sua resposta de mais destaque ao falar sobre os cinco desfalques por cartão com os quais o Fluminense teve de conviver para essa partida. As cinco suspensões foram contraídas no polêmico confronto diante do Grêmio, na última semana.
“Todo mundo sente a ausência de cinco titulares absolutos. Nós, certamente, não passaríamos sem sentir isso, ainda mais quando o adversário tem a melhor campanha do returno, e que tem jogado bem contra todo mundo. Que tem feito uma série, se não me engano, chegou a 14 jogos sem perder. Tirando isso, é claro que nós podíamos ter feito melhor qualquer escolha.”
Quando questionado sobre qual motivação usar para que os jogadores do Fluminense produzam mais, Mano foi enérgico e disparou.
“Temos todas as motivações do mundo. Quem está no Fluminense não precisa ser motivado para coisa nenhuma. Quem não tem motivação não pode estar aqui. Não temos casos como esse, os jogadores estão trabalhando para isso. Vamos trabalhar bem nas duas semanas que temos pela frente e vamos nos preparar para vencer a primeira partida dentro de casa, que sempre é o que a gente tem que fazer. Não dá pra vencer dois jogos, não dá pra vencer três jogos, temos que vencer. Não podemos adiar essa questão de vencer.”
Não é o momento de expor
Assim disse Mano Menezes numa de suas respostas quando perguntado sobre o planejamento para essa reta final de ano e para a próxima temporada. Em meias palavras, o treinador deixou a entender que teria insatisfação com alguns jogadores, mas que isso é assunto a ser debatido ao final do ano.
“Internamente nós temos as nossas avaliações, internamente nós conversamos muito sobre isso, a hora agora é de tirar o Fluminense da situação que ele está. Depois que terminar a temporada, acho que é hora de fazer a avaliação, e certamente ela não vai ser expondo esse ou aquele publicamente que não é interesse de ninguém.”
O treinador complementou sua resposta, aprofundando-se mais na sua linha de pensamento.
“O torcedor tem a avaliação, a gente respeita a avaliação, mas eu posso garantir ao torcedor que falta de interesse não há. O que há é um ano que começou difícil e veio se arrastando. E agora ao estar na situação que está de pressão extrema, porque não é fácil jogar nessa pressão extrema. Alguns sentem mais, outros sentem menos. Alguns já passaram por situação como essa, outros estão passando pela primeira vez, porque o clube grande não é normal de estar aí. Nessa hora é trabalhar, falar pouco, porque não vai ajudar nada nós tornarmos as situações públicas. Quando terminar tudo isso, fazer a avaliação correta para o Fluminense e para o futuro do Fluminense.”
Guga mais avançado
Numa tentativa de contornar um de seus desfalques, que foi o atacante colombiano Jhon Arias, Mano Menezes optou pelo lateral-direito de oficio Guga, que fez a função aberto pelo lado direito. Questionado sobre a escolha, Mano Menezes disparou.
“Eu não sei se você sabe, mas no ano passado um time (o Palmeiras) foi campeão brasileiro com dois laterais direitos. Então, o problema não são os dois laterais direitos, não são os dois laterais esquerdos. Fazer bem as coisas que você se propõe a fazer. E Guga não jogou de ponta direita. Guga jogou na segunda linha do meio campo, a gente fez duas linhas para defender. E a missão dele no primeiro tempo era fazer isso.”
No complemento da resposta, Mano Menezes revelou insatisfação com o desempenho do lado esquerdo da defesa do Fluminense.
“Nós dividimos o jogo em partes. Entendemos que era importante conter as iniciativas do Internacional no primeiro tempo que a gente fez. O Guga fez bem a parte dele que coube, e nós como equipe não fizemos a outra parte. Na verdade, sofremos muito mais pelo lado esquerdo nosso defensivo, porque não fizemos bem o que precisava ter feito, não marcamos bem.”
Qual detalhe faltou?
Questionado sobre qual detalhe teria faltado para que o empate tivesse vindo, Mano Menezes foi honesto.
“A gente tem sofrido bastante no ano porque marcamos poucos gols. Então quando temos o nosso momento, quando controlamos o jogo mais, a equipe não está conseguindo definir o jogo a seu favor. Isso obriga o técnico a traçar estratégia como foi a estratégia do primeiro tempo. A gente sabia que ia sofrer ofensivamente, com poucas oportunidades, mas queria estabelecer primeiro uma contenção dessa força do adversário, desse volume de jogo, para depois, na segunda parte, também estar apto para vencer. Só que de novo, quando nós tivemos mais posse, quando nós tivemos mais bola, a gente encontra essa dificuldade que vem se repetindo durante a temporada. É verdade que jogadores importantes nós não estavam. Nós estávamos sem John Arias, nós estávamos sem Ganso, que é o jogador que acha uma jogada diferente.”
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