A Conmebol puniu o Cerro Porteño pelo caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras, com uma multa de 50 mil dólares, uma publicação obrigatória nas redes sociais e um jogo sem público na Libertadores Sub-20, torneio do qual a equipe já está eliminada. A sanção não agradou ao clube alviverde.
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Leila Pereira criticou duramente a disparidade nas punições aplicadas pela Conmebol e questionou a postura da entidade em casos de racismo.
“Para atrasos em início de jogos é multa de 100 mil dólares, por sinalizador é 78 mil dólares, então vejam como a Conmebol trata esse crime de racismo. Achei uma vergonha. Tanto que já direcionamos uma carta para a Fifa, pedindo que a Fifa intervenha.”
A carta mencionada por Leila, inclusive, foi assinada pelo Palmeiras e por todos os clubes da Libra e da LFU, ligas formadas para negociar os direitos de transmissão no Brasil. A presidente também questiona o destino da multa aplicada pela Conmebol, cujo valor é direcionado ao Complexo Conmebol Suma, no Paraguai, um centro comunitário da entidade voltado ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.
“Engraçado que os 50 mil dólares vai para a própria Conmebol. Não vai para a vítima. O valor é ridículo e mesmo esse valor ridículo, vai para os bolsos da Conmebol. Isso é absurdo.”
Na última sexta-feira (07), ao exigir punição ao Cerro Porteño, a presidente defendeu a união dos clubes no combate ao racismo e incentivou a busca por regras mais rigorosas nos torneios sul-americanos.
“Eu concordo quando o torcedor cobra: Leila, tem que parar com notas. Mas às vezes me sinto impotente. Um clube não pode mudar a mentalidade, se os órgãos, e não digo a CBF porque Ednaldo é rigoroso com esses crimes de racismo. O grande problema é a Conmebol, ainda não se atentou que isso é gravíssimo. Mas se ele não se atentou, vai se atentar, porque o Palmeiras vai pegar pesado. Já que não resolve na Conmebol, a gente vai tentar resolver na Fifa.”
Em entrevista à TNT Sports nesta segunda-feira (10), a presidente também comentou que sugeriria aos times brasileiros a saída da Conmebol para se filiarem à Concacaf, entidade responsável pelas competições de clubes da América do Norte.
“Temos que tomar medidas firmes com relação a Conmebol. O Brasil representando 60% da receita da Conmebol, e os clubes brasileiros sendo tratados dessa forma. Vou lançar até uma reflexão para todos nós. Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime, como a Conmebol não consegue tratar os clubes brasileiros com o tamanho que representam, por que não pensar em nós nos filiarmos à Concacaf? Tenho uma reunião quarta-feira na CBF, conversar com os clubes brasileiros que vão estar lá, e com o presidente Ednaldo, que é uma semente para se plantar. Com certeza financeiramente para todos os clubes brasileiros seria muito melhor.”
As multas foram aplicadas após um torcedor imitar um macaco em direção ao Luighi, que, revoltado, deixou o campo chorando e desabafou em entrevista após a partida, quando foi questionado por um repórter sobre o jogo. Durante o ocorrido, ele também foi atingido por uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
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