Durante a manhã desta quinta-feira (20), o Botafogo abriu as portas do seu centro de treinamento, o Espaço Lonier, para que a imprensa pudesse acompanhar um treino aberto. Além do treino, os profissionais credenciados para o evento puderam coletar entrevistas com técnico e atletas.
Acompanhe o BTB Sports no Twitter, Instagram, Youtube e Threads
O evento foi somente a terceira vez que o treino foi aberto no centro de treinamento do clube desde que a equipe tornou-se SAF, em 2022. A última vez havia sido em 2023, quando ainda era Luís Castro o técnico da equipe.
Seja por coincidência ou não, o alvinegro voltou a fazer uma atividade do tipo quando, mais uma vez, tem um técnico lusitano à frente do futebol da equipe. Desta vez, trata-se de Renato Paiva.
“Eu respeito todos, olho para o grupo como um grupo muito difícil, como olho para os outros grupos como grupos muito difíceis. Obviamente que há um escalonamento de equipas mais difíceis na teoria, mas, por exemplo, se fôssemos à teoria, o Boca Júnior estava na Libertadores e não estava o Alianza Lima. E aconteceu o contrário.” disse ele sobre o grupo do Botafogo na Libertadores.
Ele ainda completou com o seguinte pensamento.
“Portanto, temos de ter todos muito cuidado, muito respeito e estar preparados para jogar contra todos da mesma forma. Não olhar as classificações, não olhar as nacionalidades, não olhar os escudos com quem vamos jogar. Se as pessoas pensam nisso do Botafogo, é só um desafio para o Botafogo chegar lá e provar exatamente o contrário. Mas é um grupo difícil, obviamente poderia ser mais difícil, mas quando tu olhas para uma competição como a Libertadores vais encontrar facilidades onde? Não há.”
Por falar em herança lusitana no comando técnico do Botafogo, o antecessor de Renato Paiva também é da “terra do bacalhau”. Trata-se de Artur Jorge, campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores pelo Glorioso em 2024 e que atualmente está no Al-Rayyan, do Qatar.
Paiva revelou que não pretende uma ruptura completa em relação ao que vinha sendo feito pelo seu conterrâneo até alguns meses atrás, quando ele ainda estava empregado pelo clube carioca.
“Eu sei o que trabalhamos, mas trabalhar em treino obviamente é diferente, nós queremos que o ‘transfer’ do treino seja direto para o jogo, e já no jogo com o Cruzeiro nós tivemos coisas muito interessantes daquilo que nós trazemos. Agora também é importante perceber que nós não trazemos aqui uma mudança radical, nenhum corte radical com o passado nem com o que estava feito.”
Num complemento ao seu pensamento, ele justificou sua forma de trabalho, baseando-se nos resultados atingidos pelo clube num passado recente e no entendimento de que “em time que está ganhando não se mexe”.
“Há muita coisa bem feita e por isso é que aquelas duas taças (Libertadores e Brasileirão) aqui estão no clube, e o que nós fizemos foi de fato perceber e entender o que estava bem feito, e acrescentar coisas pontuais com as quais nós acreditamos que pode ser um plus no jogo da equipe. Estamos muito satisfeitos com o que trabalhamos. Não há jogos amigáveis, não é para dar pancada, mas é para ganhar. Ganhar tudo que for possível.”

Botafogo, Seleção Brasileira e lamentações
Estas três palavras define be o que foi a entrevista de Igor Jesus, destaque técnico do Botafogo e também jogador que esteve convocado pela Seleção Brasileira num passado recente.
Esse foi o primeiro tema abordado por Igor, revelando decepção por ter ficado de fora da lista de Dorival Júnior para essa data FIFA, que ocorre há alguns dias e durará até o meio da próxima semana.
“É muito importante na carreira do jogador. Todo jogador quer estar entre os melhores do país. Infelizmente não pude ser convocado, mas isso já passou. Estou pensando no Botafogo, vai começar o Brasileiro. Espero dar a volta por cima para que eu possa voltar à Seleção o mais rápido possível.”
Além disso, revelou uma diferença de posicionamento que vem sendo trabalhada nesse começo de temporada e que pode mostrar um contraste relevante em relação à forma de jogar mostrada no último ano.
“Ele (Renato Paiva) tem me cobrado bastante. Tem pedido para eu ficar mais dentro da área, eu estava saindo muito. Isso estava me causando dificuldade para fazer gol, centroavante tem que estar dentro da área, qualquer bola rebatida tenho que estar preparado para fazer o gol. Vou ficar fixo dentro da área para quando tiver a oportunidade poder marcar.”

Interpretação à pressão e mentalidade virada
Essas duas frases definem bem o que foram as pautas abordadas por Alex Telles em entrevista cedida aos jornalistas presentes no Espaço Lonier. O lateral-esquerdo do Botafogo falou bastante sobre a pressão que existe no atual elenco, que vem de títulos importantes, e sobre a mentalidade para esse ano.
“Essa pressão é na verdade um privilégio para a gente que conquistou esses títulos. Fizemos por merecer. O Renato nos disse no primeiro dia que chegou aqui, perguntou se tínhamos comprado ou se alguém tinha nos dado de presente os títulos, e falamos que não, foi com muita conquista, muito trabalho no dia a dia. Temos que fazer o mesmo para conquistar, essa pressão tem que ser algo bom, porque mostra o quão boa é a nossa equipe. Temos que subir a montanha de novo e, com certeza, buscar os troféus novamente.” disse Telles, em relação à pressão que existe, por natureza, a um time campeão.
Ele também falou sobre os insucessos da equipe neste começo do ano, sendo estes as perdas de finais da Supercopa do Brasil e da Recopa Sulamericana, assim como terem ficado de fora da fase classificatória do Campeonato Carioca.
“Começar o ano da forma como foi não é positivo para ninguém, nem para o clube, nem para nós atletas. Já falei em outras oportunidades que a responsabilidade dentro de campo a gente assume, porque damos a cara ali, jogamos e não fizemos o trabalho no nível que estávamos fazendo. Obviamente que as outras equipes vêm e querem ganhar do Botafogo porque é o atual campeão. Depois dessa parte ruim, vem a parte positiva, que é o tempo que a gente tem para trabalhar. Perdemos praticamente três títulos, as duas taças e o Carioca, mas temos títulos importantes pela frente e é o que a gente vai buscar, como a gente fez ano passado.”

Confiança em Paiva e projeções ambiciosas
Assim se resume a entrevista de Marlon Freitas, que falou basicamente sobre seu papel de liderança nesse elenco para ajudar a virar a página em relação às derrotas nesse começo de ano. Além disso, mostrou plena confiança no trabalho do novo técnico.
“Foram dois títulos (Supercopa e Recopa) que não conquistamos, mas serve de lição. A gente sentiu muito, queríamos muito. Ficou uma margem para melhoramos. Começa aqui no treino para depois chegar no jogo. A nova comissão chegou com muita sede de vencer. Se ele está aqui é porque foi escolhido, é um cara vencedor. Tenho certeza que será um grande ano para nós.”
Ele também comentou sobre a responsabilidade enquanto líder para com os atletas mais novos do Botafogo.
“Responsabilidade grande. Sou um dos mais antigos. Assim como fui bem recebido em 2023, tento fazer isso com os que chegam. Temos um grupo muito bom. Os jogadores que chegam falam em família porque somos uma família. Muitos jogadores saíram, mas outros chegaram. A gente tenta tirar essa responsabilidade para que possam desempenhar melhor, ficar mais leve, mas saber que estão num time campeão. E se eles estão aqui também são campeões. É um grupo muito unido. Vamos precisar de todos. A competitividade é muito forte. Vamos precisar de todos.”

Adaptação ao novo técnico e expectativas altas para a temporada
Assim se resume a entrevista de Artur, atacante do Botafogo. Ele falou bastante sobre o dia a dia de treinos com Renato Paiva e sobre suas expectativas para o ano do alvinegro.
“Eu posso dizer que vai ter muita intensidade, né? Ele cobra muita intensidade, muita saída de bola, muita posse de bola. Então, eu acho que isso estamos treinando bastante para fazer nos jogos. Vai ser acostumado assim no Botafogo, ter posse de bola com muita intensidade. Essa vai ser nossa identidade.”
Ele também falou um pouco sobre a mentalidade da equipe, que vem de títulos importantes na última temporada mas não mostra sinais de acomodação nos resultados esportivos que obteve nesse ciclo pretérito.
“Eu fico, principalmente, muito feliz, né? Por já chegar aqui com o time campeão, com os jogadores campeões. Ele cobra a gente para fazer o mesmo que foi no ano passado, né? Com intensidade, não perder aquele RG que a gente tem mesmo, de estar forte, de ter muita intensidade. Então, o Paiva chegou pra somar também. Então, eu tô muito feliz. Espero que esse ano seja também bastante positivo e bastante equilibrado.”

Leia mais: Grêmio busca zagueiro, mas agente de atleta nega contato
0 Comentários