O Botafogo ficou no empate sem gols contra o São Paulo nesta última quarta-feira (18). As equipes se enfrentaram no Nilton Santos, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores.
Contudo, a igualdade foi frustrante para os jogadores, os torcedores e o técnico do Botafogo, Artur Jorge, que viu sua equipe fazer uma grande partida, mas não conseguir balançar as redes.
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Artur Jorge
Em coletiva após a partida, o treinador admitiu frustração com o empate. Além disso, falou do bom volume ofensivo de sua equipe e deixou claro que a ideia é ser novamente superior no Morumbis.
“Hoje o problema que nós tivemos foi porque tivemos uma equipe que veio procurar apenas isso, defender o resultado, jogar com 11 homens atrás. Mas nós fizemos aquilo que nos competia. Nós hoje fizemos um belíssimo jogo. Nós fizemos um jogo que era suficiente para ganhar, se tivéssemos tido mais eficiência no que conseguimos construir. E naturalmente para nós é mais frustrante este resultado”, disse Artur Jorge, que continuou.
“Nós procuramos jogar para ganhar. Mesmo que tendo uma superioridade tal, em função daquilo que são 65% de posse de bola, 30 finalizações no gol adversário, duas bolas na trave… já diz tudo que do que tivemos durante toda a partida. Mas a verdade é que aquilo que nós procuramos e aquilo que era importante para o jogo, que era ganhar, não conseguimos. Mas estamos numa eliminatória, nas quartas de final, onde o equilíbrio e aquilo que é a exigência numa eliminatória não se mede num jogo só, mede-se em dois. E nós hoje tivemos o primeiro desafio cá, fomos superiores, vamos tentar ser superiores também na próxima quarta-feira em São Paulo, para podermos ganhar o jogo, para passar à eliminatória, porque é o nosso objetivo”, completou.
Após um primeiro tempo avassalador, o Botafogo caiu de ritmo na etapa final e criou menos. Contudo, Artur Jorge não viu uma queda de desempenho, mas sim falta de energia para conseguir manter uma pressão no campo adversário.
“Nós não caímos no segundo tempo. É normal e natural de uma equipe que desde o primeiro minuto sobe e tem a responsabilidade de subir, que haja depois menor energia para conseguirmos fazer as coisas com a mesma intensidade. Eu acho que vocês devem olhar precisamente para o oposto. Vejam a primeira metade, a quantidade de tempo que nós tivemos em constante pressão sobre o adversário”, que seguiu.
“Vejo uma equipa que procurou até ao fim da parte final. Fomos perdendo alguma organização, fomos tendo os jogadores mais desgastados, fomos tendo mais dificuldades. Uma equipe que também se encostou mais junto à sua grande área e que procurou transições, procurou meter mais alguns jogadores na frente mais rápidos para tentar tirar proveito de algum erro que pudéssemos conter atrás. São sempre contextos e variabilidades que o jogo mostra, mas não acho que a gente tenha tido queda de rendimento. Fizemos um jogo belíssimo hoje e para mim, enquanto treinadores, estou satisfeito”, finalizou.
Savarino
O torcedor do Glorioso deixou o estádio com o sentimento que poderia sair com a vitória. Assim como Savarino. Para o atacante venezuelano, o time jogou muito bem, mas faltou fazer o gol.
“Acho que o time jogou bem. A maior dificuldade foi não fazer gol. Desde o primeiro tempo tentamos, mas não saiu. No segundo tempo também tentamos mas ficamos com o empate. Lá temos que fazer igual para ganhar o jogo e conseguir a classificação. Não é sorte, o time jogou bem, dominou o jogo, mas precisamos estar muito mais confiantes na frente para fazer os gols.”
Aliás, o Botafogo entregou uma noite dura para o São Paulo. A equipe impôs uma intensidade alta, com marcação no campo de ataque, rápida recuperação e muitas finalizações. Em uma delas, Savarino bateu bonito na trave, antes já havia tentado um voleio com estilo. O atacante, inclusive, ganhou o prêmio de melhor jogador da partida.
Alex Telles
O lateral esquerdo Alex Telles também lamentou o resultado.
“Saímos com aquele gostinho de que poderíamos ter saído com a vitória. Temos que focar no que a equipe criou desde a primeira partida, criamos muitas chances, sabíamos que o São Paulo viria de uma forma mais defensiva. É o primeiro tempo da decisão, não está nada decidido, assim como não estaria se ganhássemos. É focar nas coisas boas e não desistir. Agora é trocar o chip porque que temos jogo importante pelo Brasileiro, mas sabendo que a decisão na Libertadores ainda está aberta.”
Telles também fez uma análise sobre seu desempenho em campo.
“Fico muito feliz (com a oportunidade), vinha de uma semana me adaptando, por tudo que aconteceu, pela diferença dos campeonatos. Sou um cara muito profissional, estou muito adaptado, me fizeram eu me sentir muito bem, fui abraçado pelo grupo. Agora é cada vez mais pegar sequência para ajudar o Botafogo.”
Luis Zubeldía
O técnico Tricolor foi questionado sobre a ausência de Luciano entre os titulares na partida. O São Paulo entrou em campo com um esquema com três zagueiros e apostando no garoto William Gomes, de 18 anos, no ataque. O camisa 10, por sua vez, foi acionado no segundo tempo.
Luciano não vinha tendo grandes atuações recentes com a camisa do São Paulo. Por isso, parte da torcida passou a pedir oportunidades a outros atletas na vaga do camisa 10. Entretanto, curiosamente, foi justamente após a entrada dele, de Wellington Rato, Michel Araújo e Ferraresi que o Tricolor melhorou na partida e chegou a ameaçar o Botafogo.
“Não tenho medo de jogador. Pode jogar um, outro, é um time. Não tenha medo, Luciano é boa gente, é profissional, tem sua personalidade, mas não vai ser a primeira nem a última vez que vai começar no banco. Se Luciano é muito importante para mim? É muito importante. Agora, entram 11”, comentou Zubeldía.
Lucas Moura
O atacante, após a partida, celebrou o resultado, mesmo não sendo uma vantagem em seu ponto de vista. Mas acredita que o Tricolor Paulista pode conseguir a vaga em casa.
“Não vejo como uma vantagem, mas como um resultado interessante. Sabíamos da força do Botafogo, estão em uma fase muito boa, liderando o Brasileiro, tem uma força incrível jogando dentro da sua casa. Acho que saber sofrer faz parte do futebol. Faz parte da competição, ainda mais na Libertadores.”
“É guerra. Sofremos bastante no primeiro tempo, mas conseguimos suportar bem. Não tomamos gol que era o nosso principal objetivo aqui. Agora é em casa, no Morumbis, contamos com o apoio do nosso torcedor para classificar.”
Lucas, agora, terá de controlar a ansiedade para a decisão que lhe aguarda.
“Ficar mais atento, matar o jogo nas oportunidades que tiver, ficar com a bola, segurar o ímpeto do Botafogo. Mas, é esse ímpeto que a gente tem que ter, por estar jogando em casa diante do nosso torcedor. Contamos com o Morumbis lotado, como o torcedor tem feito. Mas, antes disso temos um jogo no domingo. Tentar segurar um pouquinho a ansiedade para esse duelo”
Contra o Botafogo, Lucas voltou a atuar mais no centro, onde tem preferência. Luciano acabou indo para o banco de reservas. O camisa 7 afirmou que prefere atuar mais pelo meio, mas ressaltou que o importante é ajudar a equipe.
“A gente já falou muito sobre isso. Preciso dar o meu melhor, não importa em que posição. Já falei que eu me sinto muito bem jogando no meio, onde eu me sinto mais confortável, gosto de ter a bola, participar da jogada. Mas na ponta se precisar eu vou dar o meu melhor. O importante é quem estar em campo, dar o melhor pelo São Paulo. Ele optou por essa formação hoje com três zagueiros, deu certo hoje, deu certo contra o Cruzeiro. Hoje sofremos um pouquinho mais. Acho que é até normal”, finalizou.
Como fica?
Com a igualdade no placar, ambos tem chances reais de se classificarem. Agora, as duas equipes voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, no dia 25 de setembro, no Morumbis. Um novo empate leva a partuda para os pênaltis. Quem vencer, avança para a semifinal da Libertadores.
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