O zagueiro Barboza, do Botafogo, vive um momento especial em 2024. Além de ser um dos pilares da equipe que lidera o Brasileirão, ele se prepara para disputar a final da Libertadores contra o Atlético-MG no dia 30 de novembro, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
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Jogar uma decisão continental no país natal trouxe um sentimento especial para o jogador, que decidiu bancar 70 ingressos para familiares e amigos acompanharem o jogo mais importante de sua carreira.
“É incrível! Um sonho jogar a final da Libertadores. Quando estava no River, chegamos perto, mas fomos eliminados na semifinal. Agora, essa final sendo na Argentina, é um extra. Os caras daqui riem muito quando eu digo que preciso de 70 ingressos. Minha família, meus amigos, até a família do Uruguai quer ir para a Argentina. Tenho muita gente lá, toda minha vida se passou ali. Meu salário vai ficar nos ingressos da final”, revelou o defensor, em entrevista ao ge e à TV Globo.
Barboza chegou ao Botafogo no início de 2024, contratado para ser titular e reforçar o sistema defensivo da equipe. Apesar de carregar o status de destaque, precisou ajustar seu estilo de jogo ao futebol brasileiro.
Inicialmente, acumulou cartões e passou por momentos de instabilidade, mas rapidamente se adaptou e, ao lado de Bastos, formou uma das duplas de zaga mais sólidas do país.
“Quando cheguei, percebi que o estilo aqui é diferente. Você encosta no cara, ele cai no chão, grita, faz barulho. Tive que adaptar meu jogo. Desde pequeno, no River, sempre gostei de sair com a bola, trabalhar a qualidade técnica. Gosto de sair jogando e não chutar para qualquer lado. O Mister (Artur Jorge) me dá essa liberdade, e com treino e adaptação, me sinto cômodo. Formamos uma dupla interessante com o Bastos. Ele é calmo, eu sou mais impulsivo. Somos opostos, e isso nos complementa”, afirmou o jogador.
Apesar de não estar no elenco que sofreu com a perda do Brasileirão de 2023, Barboza conhece bem a pressão da torcida após a queda de rendimento da equipe no ano passado. No entanto, ele garantiu que o ambiente hoje é diferente e que o Botafogo está obcecado por títulos.
“Entendo o torcedor. Sei o que aconteceu no passado porque acompanho o futebol brasileiro, mas hoje só vejo gente que quer vencer. Não vejo outra coisa. A gente briga demais nos treinos, há muita competitividade. Há seis rodadas, quando o Palmeiras chegou a um ponto de distância, ouvi que iam dizer de novo: ‘Ah, o Botafogo outra vez’. Mas calma. Vamos brigar para ser campeões. Ninguém quer mais do que nós. O torcedor pode ter certeza de que faremos tudo para conquistar esses títulos”, afirmou.
Emoções, cuidado e o sonho do gol na Libertadores
Barboza viveu momentos emocionantes na trajetória até a final da Libertadores. O zagueiro marcou seu primeiro gol pelo clube na vitória sobre o Peñarol, nas semifinais, e revelou que foi um momento de tributo à sua avó, que faleceu enquanto ele estava no Brasil.
“Minha família do lado do meu pai é toda do Uruguai, e eles sempre acompanharam minha carreira, mesmo de longe. Fazer meu primeiro gol na Libertadores contra um time uruguaio, do qual meu pai é torcedor, foi muito especial. Foi meu primeiro gol pelo Botafogo, e minha avó partiu em julho. Ela morava com minha mãe, era como uma segunda mãe para mim. Quando ela faleceu, foi muito difícil. Pedi muito por esse gol, e ele chegou junto com a final da Libertadores, que também era um sonho meu”, contou, emocionado.
Sobre a reta final da temporada, Barboza destacou o cuidado para evitar lesões, mas garantiu que o foco é total em cada partida.
“Cuidar é importante, mas sabemos que, ganhando os próximos três jogos no Brasileiro, o título é nosso. Também temos a final da Libertadores. É jogo a jogo. Vou entregar tudo em cada partida. Se me machucar, só Deus sabe. Não podemos pensar na final e deixar o Brasileiro de lado. Nossa ideia é ganhar tudo”, disse.
O sonho de defender o Uruguai
Outro desejo que Barboza está próximo de realizar é o de defender a seleção uruguaia. O zagueiro, que tem o pai uruguaio, está em processo de naturalização e vê a mudança como um passo importante para alcançar esse objetivo.
“Meu pai é uruguaio, e estou fazendo os papéis para representar a seleção. É o sonho dele, e sempre foi um objetivo meu, mas parecia distante. No Defensa y Justicia, que era um time pequeno na Argentina, era difícil chegar à seleção. No River, não tive muitos minutos. Fui para o Paraguai, ganhei seis títulos em três anos, mas jogando lá era ainda mais complicado ser convocado. Quando vim para o Brasil, sabia que um clube grande como o Botafogo poderia me abrir essa porta. Estou fazendo os papéis e espero a ligação de Bielsa ou de alguém do Uruguai”, revelou.
Identidade com o Brasil e paixão pelo funk
Vivendo no Rio de Janeiro, Barboza também destacou sua identificação com o país e a cultura local, especialmente a música.
“Eu gosto muito do funk. Quando era garoto, só escutava funk. Não ouvia cumbia ou música argentina, era só funk. No Paraguai, também é muito popular. Quando vou colocar música no vestiário, é funk. Gosto de pagode também, mas funk muito mais. Minha família está muito feliz aqui no Brasil, adoramos a praia e a vida no Rio”, disse, sorrindo.
Com um misto de emoção, determinação e confiança, Barboza vive o ápice de sua carreira, pronto para ajudar o Botafogo a conquistar o Brasileirão e a Libertadores.
“Vamos fazer tudo para ganhar. Ninguém quer mais do que nós”, finalizou o zagueiro.
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