A noite deste sábado (22) foi de vitória vascaína no Campeonato Brasileiro. O Vasco venceu o São Paulo por 4 a 1 em São Januário e chegou aos 10 pontos, saindo momentaneamente da zona de rebaixamento da competição.
O treinador Rafael Paiva foi quem cedeu a entrevista coletiva obrigatória pós-jogo, conforme exigido pelo Campeonato Brasileiro. Ele pontuou aspectos da vitória, assim como comentou sobre outros assuntos ligados ao momento vivido pelo clube.
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O treinador comentou sobre a partida, ressaltando o “DNA vascaíno” na vitória. Dos quatro gols marcados pelo Vasco, três foram com participação direta de jogadores revelados nas categorias de base do clube.
“O Vasco tem esse DNA da base, sabia que a gente precisava oxigenar um pouco o grupo para dar, com os meninos, um pouquinho de energia. Não que não tivesse, mas a energia dos meninos da base, essa vontade que eles estavam de demonstrar o potencial. Com a chegada do Pedrinho e do Felipe isso fica mais aflorado, por tudo que já fizeram pelo Vasco. Acho que era o momento de colocá-los. Sabia do risco, era difícil, mas é nesses momentos que tem que mostrar o potencial. Estava tranquilo porque os conheço bem, sempre demonstraram muito potencial e tinha certeza que iam dar o melhor. Feliz demais por ter conseguido jogar bem, terem saído os gols, por competir bem.”
Rafael também comentou sobre a preparação para a partida, indicando fatores que foram relevantes no bom desempenho que se viu dentro de campo durante a partida.
“O grupo é talentoso, a gente sempre falou isso, sempre trabalhou muito. Os resultados não vieram, mas nunca deixamos de acreditar. Hoje conseguimos colocar para fora o nosso jogo, colocar a bola no chão, pressionar, fazer tudo o que acredita. Hoje deu certo, agora é tentar manter. A pressão faz ter receio de errar mais. Foi muito em cima disso (a preparação), de encorajá-los a fazer. Ninguém podia tirar da onde a gente estava senão os atletas. Então era mais em cima de encorajar, ter confiança para poder fazer, arriscar e trabalhar para dar certo.”

Peso de contar com talentosos crias da base
“A categoria de base serve para isso, para eles entrarem no profissional e conseguir ajudar. Estrella é um jogador muito talentoso, sempre fez muita coisa pela base, desde as categorias menores. Um sub-17 muito bom, um sub-20, teve uma lesão que atrapalhou o desenvolvimento dele ano passado, mas voltou e tem maturidade para jogar. É um jogador vertical, que tem gol, e hoje ele estava confiante para jogar. Esse é o Estrella. O Leandrinho já subiu para o profissional, fez gol no Carioca, teve uma transição difícil, perdeu um pouco de espaço.”
Opção por relacionar jovens para a partida
“Estava treinando no sub-20, ia para o jogo ontem contra o Boavista, mas eu trouxe ele junto porque o Victor Luis estava suspenso. O Leandrinho já tinha mostrado ser forte mentalmente para voltar ao sub-20 e voltar ao profissional. Tem muito potencial. O JP está há mais tempo aqui, estava jogando, é um jogador maduro, vai evoluir muito ainda. A gente tem vários outros ali. Luis é um zagueiro canhoto de muita força, muita técnica, daqui a pouco vai entrar e dar conta do recado. O Vasco tem muitos jogadores talentosos e eles vão começar a aparecer no profissional.”
Detalhes da preparação para a partida
“A gente teve um dia só para trabalhar (risos). Foi em cima de acreditar, de ter coragem para fazer. Sabia que seria muito criticado no início, a torcida está dolorida com os resultados que vieram. Sabíamos que era a gente que tinha que fazer a torcida estar do nosso lado. Encarar de tentar jogar, de correr riscos. Errou na saída de bola, poderia tomar o gol e ser criticado. Mas é essa mentalidade que faz a diferença, que faz o Vasco subir alguns lugares na tabela. Temos que estar sempre no limite do erro. E se errasse, teria que tentar de novo. Se quer ganhar jogo, tem que ter mais bola, finalizar mais em gol, estar mais próximo. Temos que manter essa mentalidade. O resultado a gente não controla. Mas o que deixamos dentro de campo sim e vamos cobrar isso deles.”
Opção por Pablo Vegetti capitão
“Eu acredito que a gente tem algumas lideranças no elenco. Leo foi o capitão por muito tempo, temos o Maicon, o Jardim, o Vegetti. São jogadores que o tempo todo chamam a responsabilidade. Vegetti é um batalhador e é o que a gente precisava para esse jogo. Batalhar. Fica incomodado com a derrota. Ele foi premiado e conseguiu desenvolver bem o que faz naturalmente. A gente teve várias lideranças positivas. O Leo não atuou, mas esteve presente ali o tempo todo. São essas lideranças que vão fazer a gente evoluir.”
Pouca presença da torcida em boicote
“Os jogadores estavam, sim, pressionados. A torcida tem o direito de protestar quando ela é pacífica. Os jogadores sentem a pressão. Ela tem o direito de fazer. A casa cheia aqui é muito diferente, é um caldeirão. Quando a torcida apoia é diferente. Sabíamos que íamos aquecer sob vaia, jogar sob vaia. Mas tivemos coragem para fazer as coisas acontecerem. O Vasco ser protagonista dentro de casa, é isso que vai mudar. Demos uma resposta e temos que fazer mais jogos neste nível. Vai fazer muita diferença para nós. Sentimos falta da torcida, mas é um dia de cada vez. Hoje demos uma resposta e vamos trabalhar contra o Bahia.”

Rafael Paiva e o Vasco retornam a campo na próxima quarta-feira (26), quando enfrentam o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro. O confronto será em Salvador (BA), na Arena Fonte Nova.
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