A situação nos bastidores do Botafogo vive um clima tenso. O empresário John Textor, até então apontado como dono da SAF, enfrenta forte resistência da holding Eagle Football, grupo que ele próprio fundou, mas do qual perdeu o controle. Apesar de ainda assinar atas como gestor, Textor já não tem mais o poder prático de decisão dentro da estrutura que administra o clube. A disputa, no entanto, está longe de ser silenciosa e agora se desenrola também nos tribunais.
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De um lado, Textor tenta recomprar o controle total da SAF do Botafogo, usando uma nova empresa criada nas Ilhas Cayman para fazer a oferta. De outro, a Eagle acusa o empresário de práticas irregulares e tenta barrar judicialmente qualquer movimentação sem a aprovação da atual diretoria da holding. A crise chegou a um novo nível quando a Eagle entrou com uma ação na 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro para suspender atos recentes do americano. Entre eles, está a cessão de ativos do clube à nova empresa vinculada a Textor.
A proposta feita por Textor para a recompra vai além dos valores iniciais pagos pela SAF, que giraram em torno de R$ 400 milhões. O empresário alega que o Botafogo está sustentando financeiramente a operação europeia da Eagle, especialmente o Lyon, e defende que os dois projetos devem ser separados. A movimentação tem causado desconforto entre os sócios da holding, como a Ares Management e Michelle Kang, que não aceitam vender o clube enquanto Textor mantiver vínculos com ambos os lados do negócio.
O cenário atual aponta para uma disputa prolongada. Textor segue buscando apoio para reaver o controle total da SAF, mesmo sendo acusado de agir sem respaldo legal. A Eagle, por sua vez, tenta proteger seus interesses e barrar o avanço do empresário no que considera um conflito de interesses grave. Ainda sem desfecho, o caso promete novos capítulos e pode impactar diretamente o futuro do Botafogo, dentro e fora de campo.
Textor e Botafogo Social
Em meio ao impasse, o Botafogo social saiu em defesa de Textor. Por meio de uma carta, a diretoria do clube se posicionou contra qualquer tentativa de afastamento do empresário e reforçou sua confiança no projeto. Ao mesmo tempo, a Eagle afirma que as decisões tomadas por ele ferem os princípios de governança e representam risco à integridade da SAF. A relação entre as partes, que já era tensa, ficou ainda mais delicada após a assembleia realizada em 17 de julho.
Na ocasião, Textor aprovou uma operação de crédito utilizando garantias do próprio Botafogo, o que motivou a reação imediata da holding. A Eagle considera a medida lesiva e, por isso, recorreu à Justiça para barrar qualquer consequência desse ato. Enquanto isso, o clube divulgou nota oficial dizendo que o controle da Eagle ainda pertence a Textor e que eventuais mudanças no comando da SAF só ocorrerão por meio de diálogo e negociação amigável.
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