O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, pediu desculpas nesta terça-feira (19) por uma declaração polêmica feita durante o sorteio da fase de grupos da Libertadores 2025.
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Após ser questionado sobre a possibilidade de os clubes brasileiros deixarem uma competição, o dirigente usou uma analogia com um macaco, o que gerou grande repercussão.
Em nota oficial divulgada pela Conmebol, Domínguez afirmou que não teve intenção de ofender ninguém e reforçar seu compromisso com o respeito e a inclusão no futebol:
“Em relação às minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros. Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação.”
O que aconteceu?
A declaração que motivou o pedido de desculpas aconteceu durante uma entrevista ao site BolaVip, após o sorteio da Libertadores. Domínguez foi questionado sobre a possibilidade de os clubes brasileiros deixarem a competição, uma possibilidade levantada pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em protesto contra a falta de punições mais severas por atos de racismo.
O presidente da Conmebol respondeu: “Seria como o Tarzan sem a Chita”.
A referência imediata ao macaco que acompanhava o personagem Tarzan nos filmes dos anos 1930 gerou forte repercussão. Uma fala aconteceu dias depois do próprio Domínguez discursar sobre a importância do combate ao racismo no futebol sul-americano.
O contexto da polêmica
A questão do racismo voltou a ser um tema central na Conmebol após o caso envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras, que foi vítima de ataques racistas durante a Libertadores Sub-20.
No dia 6 de março, durante a partida contra o Cerro Porteño, no Paraguai, um torcedor imitou um macaco e chegou a cuspir na direção do jogador.
Diante da situação, a Conmebol multou o Cerro Porteño em US$ 50 mil (cerca de R$ 290 mil), determinou obstáculos fechados e medidas educativas em suas redes sociais. No entanto, as sanções foram consideradas brandas para muitos clubes brasileiros, e Leila Pereira sugeriu um boicote das equipes do Brasil às competições da Conmebol caso medidas mais duras não fossem tomadas.
Domínguez havia discursado no sorteio da Libertadores, condenando o racismo e afirmando que uma entidade precisa de mais apoio governamental para combater o problema, mas sua declaração sobre os clubes brasileiros acabou desviando o foco do debate.
Com repercussão negativa, a Conmebol divulgou rapidamente uma nota oficial com o pedido de desculpas de Domínguez, tentando minimizar a crise e reforçar o compromisso da entidade com o combate à discriminação.
Apesar disso, a polêmica continua gerando debates sobre a postura da Conmebol no enfrentamento ao racismo no futebol sul-americano
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