A insatisfação dos jogadores do Botafogo com a falta de um treinador, que já dura 49 dias, veio à tona após a derrota por 2 a 0 para o Racing, na quinta-feira (20), no jogo de ida da Recopa Sul-Americana.
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O zagueiro Alexander Barboza e o atacante Jefferson Savarino expressaram suas críticas durante as entrevistas pós-jogo.
Essas declarações deixaram John Textor, proprietário da SAF do clube, desconfortável. O empresário norte-americano ficou incomodado com a exposição pública da insatisfação do grupo em relação à indefinição sobre o novo comandante da equipe.
Após o jogo, Textor, que acompanhou a partida de sua casa na Flórida, Estados Unidos, expressou seu desconforto a membros da diretoria presentes no estádio El Cilindro, na Argentina.
O dono do Botafogo ficou irritado com a performance da equipe, especialmente com a postura demonstrada pelos jogadores.
Esse mal-estar não é exclusivo de Textor em relação aos jogadores que se manifestaram. Também há um descontentamento crescente entre os atletas devido à demora na definição de um treinador. Em Buenos Aires, Barboza e Savarino tornaram público um sentimento que já era conhecido internamente no clube.
Barboza e Savarino expõem insatisfação
Barboza foi direto ao ponto ao criticar a situação do clube. Ele destacou a falta de tempo para adaptação e a rotatividade no elenco como fatores que prejudicam o desempenho da equipe.
— O treinador de hoje só teve três treinos com a gente. É um técnico interino, não sabemos se vai ficar o ano todo. Os jogadores também mudaram. Saíram 16 jogadores, aos poucos, os reforços chegam. Muitos ainda não podem jogar, leva tempo. O tempo é curto, isso atrapalha. Não conseguimos ter uma nova ideia, fazer o que o treinador quer. O trabalho tem uma semana. É difícil que as coisas deem certo desse jeito — afirmou o zagueiro.
Savarino, por sua vez, também não escondeu sua insatisfação com a demora na contratação de um técnico definitivo. O atacante venezuelano admitiu que a situação afeta o grupo e o desempenho em campo.
— Afeta, claro que afeta. Na verdade, eu deixo todas essas coisas para a diretoria do clube. A gente está tentando fazer o nosso melhor dentro do campo, não tem saído da melhor maneira. A gente precisa, mas não tem nada a fazer, tem que aguardar que o treinador chegue. Agora temos um treinador interino, e esperamos que as coisas melhorem no próximo jogo — completou Savarino.
Cláudio Caçapa: Segundo interino do ano
Em Buenos Aires, o Botafogo foi comandado por Cláudio Caçapa, que assumiu o cargo de interino após a saída de Carlos Leiria. O clube anunciou no dia 13 de fevereiro a contratação do ex-zagueiro para ser auxiliar permanente, mas ele ocupa a função de interino enquanto Textor não acerta com um novo treinador.
Caçapa é querido internamente, principalmente por funcionários e pelos poucos remanescentes do time de 2023. No entanto, ele só deu três treinos completos até agora, o que dificulta a implementação de suas ideias.
Anteriormente, Carlos Leiria, que comanda o sub-20, iniciou a temporada como treinador do time principal. Ele esteve à frente do Botafogo em sete rodadas do Campeonato Carioca e na derrota por 3 a 1 para o Flamengo na Supercopa, no dia 2 de fevereiro. As instruções e atividades com Leiria muitas vezes não agradavam aos jogadores, que reclamavam principalmente da má avaliação das oportunidades de escalação.
Busca por um técnico definitivo
A busca por um treinador segue sem sucesso. A novela ficou perto do fim nesta semana, quando o clube se aproximou de um acordo com Vasco Matos, do Santa Clara. No entanto, o acordo foi desfeito por questões de licenças.
John Textor centraliza as buscas e a maior parte das entrevistas com os cotados. Entre os nomes que já conversaram com o dono da SAF estão André Jardine, Paulo Fonseca, Rafa Benítez, Tata Martino, Tite e Roberto Mancini. Até agora, nenhum acordo foi fechado, e o clube já vive o maior tempo sem um treinador desde que virou SAF.
Desafio na Recopa
O Botafogo precisa vencer o Racing por três gols de diferença no tempo normal no jogo de volta, que acontece na próxima quinta-feira (27), no Nilton Santos, para conquistar o título da Recopa Sul-Americana. Uma vitória por dois gols levaria a decisão para os pênaltis.
Enquanto isso, o clube tenta se reorganizar e manter o foco nos objetivos da temporada. A união do grupo, no entanto, segue sendo um ponto positivo, como destacou Barboza:
— De toda forma, o grupo é unido e forte e vai trabalhar para reverter na semana que vem.
O Botafogo volta a campo neste domingo (23), contra o Vasco, pela última rodada da fase eliminatória do Campeonato Carioca. Em seguida, o clube se prepara para o duelo de volta da Recopa, que pode definir o primeiro título do ano.
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