Em partida válida pela trigésima quinta rodada do Campeonato Brasileiro, o Fluminense empatou sem gols com o Criciúma no Maracanã e perdeu a oportunidade de se distanciar da zona de rebaixamento.
Após o duelo, Mano Menezes, treinador tricolor, cedeu entrevista coletiva, onde analisou o desempenho da equipe no confronto e também projetou a reta final restante, de três partidas, para o fim da disputa do Campeonato Brasileiro para a equipe de Laranjeiras.
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Mano Menezes foi além da mera análise sobre os confrontos, mas o treinador também falou sobre a postura que espera que o time tenha nesses desafios restantes até o fim da disputa do torneio nacional.
“Eu acho que o mais importante do futebol é você conhecer a si próprio, conhecendo, você terá condições de enfrentar as dificuldades que todos têm. É uma delas, não dá para separar, somos seres humanos, você olha para a tabela, você vai daqui a pouco criando algumas oportunidades, o gol não vem, essas coisas são naturais, elas vão estar aí. Nós temos que conviver com esse medo, com essa tensão, com tudo, e entregar um jogo que seja capaz de nos tirar dessa situação.“
Se com o elenco completo o desafio já é grande, o Fluminense terá uma dor de cabeça ainda maior sem poder contar com Ganso e Keno, jogadores importantes para o esquema de Mano. O treinador disse sobre essas lesões.
“Questões lombares são delicadas, diferentes para cada um, você precisa esperar um pouco. Às vezes acontece no jogo e em pouco tempo destrava, você leva uma outra condição para o jogo. Vamos esperar amanhã. Nosso departamento médico vai poder se posicionar melhor sobre isso (situação de Ganso). Eu agora não posso adiantar nada.”
“Keno tomou uma entrada no tornozelo, não sei se foi a da área ou se foi o lance do meio-campo que foi mais grave, eu acho que acumulou os dois, ele teve uma entorse, mas ele conseguiu suportar bem em relação a entorse. Ele saiu mesmo porque não tinha mais condições físicas de jogar, então acredito que esteja apto para estar domingo em Curitiba.”, Mano completou.
A opção por Lima no banco
Para essa partida, Mano Menezes optou por uma dupla de volantes com Bernal e Martinelli, começando com Lima, destaque da última partida, no banco de reservas. Questionado sobre isso, o treinador revelou.
“Não vou falar sobre jogador que não iniciou. Não tem sentido. Treinador faz as escolhas que acha melhor para a equipe. No jogo passado, sofremos porque deixamos o meio-campo aberto. Na verdade, existe algumas opiniões mais fortes contra esse, contra aquele, mas o treinador escolhe o que é melhor para a equipe. Nosso melhor momento foi com dois volantes. Não é esse o problema. O problema é que o Criciúma se defendeu bem, como foi contra o Botafogo. É uma equipe que sabe o que quer fazer no jogo. Perdemos o Ganso, que foi para a gente ruim. Estava encontrando os espaços. Foi um jogo que sabíamos que seria tenso se o gol não saísse.“
Qual o segredo para lidar com a pressão?
Questionado sobre qual enxerga ser o principal papel do treinador nesse momento de briga contra o rebaixamento, Mano Menezes disse o seguinte.
“O mais importante nessa hora é estar ao lado dos jogadores. O treinador assumir essa responsabilidade que é sua de comandar o momento difícil que a gente está passando. E o momento difícil requer poucos ajustes porque realmente não tem tempo para você fazer mais. E muita conversa. Conversa no sentido de mostrar coisas importantes. Então não conversa só para encher a história, contar a história. Mas é importante os jogadores sentirem a gente buscar a referência deles mesmos em outros momentos. Para saber que temos capacidade de fazer o que ainda está ao nosso alcance. É importante dizer. A rodada se encerra com o Fluminense estando ao seu alcance daquilo que precisa fazer.“
Excesso de cruzamentos e baixa eficiência
Questionado sobre o porquê do Fluminense ter feito muitos cruzamentos (44) contra o Criciúma mas ter acertado somente poucos destes (9), Mano Menezes deu o seu ponto de vista sobre a estratégia.
“Quando a gente faz o gol, você fala que a gente achou o gol, daí é injusto. Aí temos que ser justos com o jogo. A gente não achou, a gente cruzou a bola e fez um gol de cruzamento. Acho 44 cruzamentos uma demasia. Já falamos sobre esse assunto. Você geralmente, quando a gente tem dificuldade, você traz os cruzamentos que a equipe fez. É tão óbvio isso no futebol que todas as equipes cometem o mesmo equívoco, quando elas não encontram as soluções. Que devem, que querem encontrar, que entende, ela exagera no cruzamento da área, tá? Isso acontece com todo mundo. Claro que é uma demasia, a gente fez hoje alguns cruzamentos de boa qualidade, um deles, trabalhamos essa semana para tentar achar no chão a bola. O Arias fez um cruzamento maravilhoso, acabou chegando uma fraçãozinha de segundo atrasado. É esse tipo de bola que acredito que tem a ver mais com a característica da nossa equipe. É óbvio que na segunda parte a gente cruzou sem qualidade, cruzou de qualquer jeito, isso não vai nos dar nada, mas eu entendo a ansiedade, o torcedor apressa o jogo, você se sente às vezes sem a solução para aquilo que você precisa ter no jogo e se opta pelo mais simples. É bem mais difícil fazer da maneira mais simples o gol e é por isso que a gente sai com zero a zero.“
Como lidar com calendário apertado?
Mano Menezes foi perguntado pela reportagem do BTB Sports sobre como tem sido lidar com um calendário extremamente apertado para essa reta final tensa do Campeonato Brasileiro.
“Pois é, a gente já teve dois jogos, dois dias a menos de recuperação em relação ao Criciúma, levamos a vantagem depois de ter jogado na sexta, que foi uma pequena vantagem porque conseguimos ter Arias de volta com dois dias após data FIFA, o que nos ajudou, mas em consequência tivemos dois dias a menos de recuperação e vamos ter menos em relação ao Athletico também. Trabalhamos para ter o melhor da condição possível da equipe, eu acho que ela rendeu bem em termos físicos, respondeu o jogo, respondeu bem, já respondeu bem no jogo contra o Fortaleza, que é um adversário que exige muito, foi um dos jogos aí dos últimos mais intensos, então temos que passar por cima disso também, entender como se traça as estratégias para estar inteiro também nos últimos 30 minutos do jogo, porque é fundamental, senão o resultado escapa, e é isso que a gente vai fazer.“
O Fluminense volta a campo no próximo domingo (01/12) quando visita o Athletico pelo Campeonato Brasileiro. Para esse duelo, o tricolor terá seis dias a menos de descanso que o adversário, o que infere numa desvantagem física.
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