O Vasco da Gama segue imerso em investigações sobre a criação e venda da SAF para a 777 Partners. A polêmica foi reacendida na última quinta-feira (14), quando o presidente Pedrinho citou, em coletiva, nomes da gestão anterior que precisarão prestar esclarecimentos.
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Entre eles estão Jorge Salgado, Adriano Mendes, Luiz Mello, Vitor Roma e Júlio Brant.
“Esses caras têm que prestar contas. Se não acontecer uma investigação, vamos normalizar o que foi feito aqui”, declarou Pedrinho.
A comissão investigativa, formada em junho e presidida pelo conselheiro José Henrique Gonçalves, tem como objetivo apurar possíveis irregularidades administrativas e legais no processo.
“Não há caça às bruxas. O que estamos fazendo é um trabalho em prol do Vasco, para trazer à tona a verdade de forma limpa e sem conotações políticas”, afirmou Gonçalves.
O grupo é composto por sete integrantes, entre representantes da situação, oposição e beneméritos, o que, segundo ele, garante imparcialidade.
O ex-CEO Luiz Mello, citado por Pedrinho, se posicionou em defesa de sua atuação.
“Desde minha saída do clube, nunca fui chamado a prestar esclarecimentos em nenhuma comissão. A criação da SAF seguiu o rito previsto no estatuto e foi aprovada pelos sócios e comissões específicas”, explicou.
Ele ainda ressaltou que sua gestão foi marcada por uma reestruturação financeira, com redução de dívidas e crescimento de receitas.
Outro ex-gestor mencionado, Adriano Mendes, reagiu com surpresa às declarações.
“Sempre prestei contas do que fiz em minhas duas passagens pelo clube. O balanço financeiro durante minha gestão foi transparente e auditado por uma das maiores empresas do mundo”, disse.
Mendes destacou que a venda da SAF foi amplamente debatida e aprovada em todas as instâncias do clube.
Já Vitor Roma, ex-VP de Marketing, lamentou a citação.
“É público e notório que eu não participei da venda da SAF. Inclusive, fui um dos signatários de uma carta que questionava a negociação. Estou à disposição para esclarecimentos”, afirmou.
A investigação começou com depoimentos das 15 pessoas que analisaram os contratos da SAF. Destas, 11 já foram ouvidas. O próximo passo será convocar membros da gestão Jorge Salgado e representantes das empresas que participaram do processo.
A comissão também pode ampliar o prazo para conclusão, devido à dificuldade de agenda e obtenção de materiais.
“É provável que tenhamos que pedir mais 120 dias pela dificuldade de agendamento com algumas pessoas que precisam ser ouvidas e de conseguir materialidade com o que restou do clube associativo”, explicou Gonçalves.
Se forem identificadas irregularidades, os responsáveis poderão ser indiciados e seus casos encaminhados ao Conselho Deliberativo ou à presidência do Vasco. Enquanto isso, a torcida aguarda desdobramentos, na esperança de que o clube supere mais um momento delicado de sua história.
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