A final da Copa do Brasil 2024 entre Atlético-MG e Flamengo, realizada no último domingo (10) na Arena MRV, não será lembrada apenas pela vitória do time carioca. O confronto também foi marcado por momentos de violência e desordem, com tentativas de invasão de campo, arremessos de objetos e até o lançamento de bombas, que resultaram em uma vítima grave: o fotógrafo Nuremberg José Maria.
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O profissional, que trabalhava em um dos setores de fotografia atrás de um dos gols da Arena MRV, foi atingido por uma bomba lançada por torcedores. Segundo a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais (ARFOC-MG), Nuremberg sofreu fraturas em três dedos, rompimento de tendões e cortes no pé devido à explosão. Ele foi imediatamente socorrido e levado ao Hospital João XXIII, onde passou por cirurgia.
Em um comunicado oficial, a ARFOC-MG expressou repúdio aos episódios de violência e destacou que os profissionais de imprensa, incluindo repórteres e cinegrafistas, foram constantemente ameaçados durante o evento.
“Todos, sem exceções, tiveram a integridade física ameaçada, inclusive os seguranças do estádio, que estavam ali para garantir a segurança”, diz o texto.
A associação relatou que, além do fotógrafo ferido, outros profissionais também foram vítimas de atos agressivos, como o lançamento de bombas, copos de bebidas e objetos diversos.
“Um dos associados teve seu banco quebrado devido à explosão de uma bomba, e equipamentos foram danificados pela água. O caso mais grave foi de Nuremberg, que precisou ser socorrido após ser atingido por uma bomba que explodiu debaixo de seu pé”, informou a ARFOC-MG.
De acordo com a entidade, a situação não é inédita. A ARFOC-MG já havia alertado a administração da Arena MRV sobre possíveis problemas de segurança, e foi acordado que medidas seriam adotadas para proteger os profissionais. No entanto, os eventos durante a final mostraram que as ações de segurança se mostraram insuficientes para evitar esses atos de violência.
Além do incidente com o fotógrafo, a Polícia Militar de Minas Gerais deteve seis torcedores após tentativas de invasão. A suspeita é de que esses indivíduos tentaram acessar o estádio sem ingresso, pulando as catracas de controle de entrada. A Polícia ainda não divulgou novas informações sobre prisões relacionadas aos incidentes durante ou após o jogo.
A ARFOC-MG, em seu comunicado, prestou solidariedade aos associados e profissionais de imprensa atingidos pelos atos violentos e cobrou uma postura mais rigorosa tanto da Arena MRV quanto do Atlético-MG, exigindo que sejam adotadas medidas eficazes para garantir a segurança de todos os trabalhadores que atuam em eventos esportivos.
Com a crescente violência nos estádios e a falta de ações concretas para proteger os profissionais da imprensa, a ARFOC-MG se posiciona contra a impunidade desses atos e exige que os responsáveis pela segurança nos estádios cumpram seu papel de proteger a integridade física de todos, especialmente dos jornalistas e fotógrafos, que estão ali para registrar o evento e informar o público.
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