O Botafogo mediu forças sem gols com o Cuiabá na noite deste sábado (09). Após o duelo, o técnico Artur Jorge fez sua avaliação sobre o desempenho da equipe e comentou alguns outros assuntos.
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Artur começou sua entrevista coletiva fazendo uma análise aprofundada do que foi o confronto e justificou algumas de suas mudanças no formato do Botafogo no decorrer do jogo.
“Sobre o jogo em si, eu disse-lhe no início e é a abordagem que nós queríamos, da importância que tinha sobre nós, naquilo que era podermos continuar a ganhar, fazer aquilo que era o nosso percurso. Tenho falado muito em que nós possamos controlar as expectativas porque, de fato, quando se tem um campeonato tão equilibrado quanto este, onde qualquer jogo é de uma dificuldade imensa, nós temos que ter a capacidade também de perceber os momentos em que a equipe vai vivendo. E esta equipe já viveu há quatro jogos atrás com um ponto de vantagem, já viveu depois com três, com seis, hoje vive com quatro. Temos que nos equilibrar emocionalmente para percebermos que faltam cinco jogos. Cinco jogos hoje nós continuamos a ter uma posição privilegiada em relação àquilo que é o final de campeonato e a ambição de poder ser campeão. E é esse o objetivo que temos, declaradamente, é poder fazer deste Botafogo campeão. Hoje, o resultado é extremamente injusto para nós. Mas não digo que tudo bem feito, mas fizemos muita coisa suficiente para ganhar este jogo. Finalizações, bolas na trave, atacamos pela esquerda, pela direita, pelo centro. Acabamos o jogo com quatro homens na linha avançada.”
Apesar da evidente insatisfação com o resultado, Artur mostrou cabeça fria quanto ao resultado adverso, do ponto de vista da expectativa, apesar da superioridade produzida em campo.
“Há jogos assim e nós temos que saber lidar também com isto, o futebol é isto mesmo, não quero passar da euforia de ter na rodada anterior seis pontos, para hoje uma depressão que tenho quatro, não. Tenho quatro pontos de vantagem, temos obviamente e temos que saber lidar com isto de forma a poder perceber que há jogos que não nos dão mais do que aquilo que conseguimos mais também. Aquilo que nós, se calhar, às vezes tentámos para poder ter e este não nos deu, portanto, temos que pensar sobre aquilo que podemos ainda fazer melhor, porque há coisas para fazer melhor. E depois preparar este último ciclo de campeonato com cinco jogos, mais uma final de Libertadores para acabarmos bem.”
A tênue linha do fair-play
Questionado sobre a postura do Cuiabá, que forçou faltas durante a grande parte da partida e quis segurar o jogo, visando esfriar o Botafogo, Artur comentou sobre a moralidade desse aspecto e citou o seu pensamento sobre o dito “fair-play”.
“Essa pergunta (sobre cera, fair-play e pouco acréscimo), em um momento num dia menos bom, posso correr o risco, mas é aquilo que me vai na alma. Eu não gosto, eu estou aqui para ganhar jogos, não estou para ter uma equipe simpática. Não estou para ter uma equipe que quer fazer amigos do outro lado, estou aqui para ganhar jogos e é dessa forma que eu me avalio. Não fiquei satisfeito, vocês perceberam que não fiquei satisfeito de devolver a bola, quando claramente aquilo foi uma paragem técnica. O jogador estava no chão para que toda a gente fosse ao banco e pudesse receber instruções. Não gostei e fiquei chateado com o Bastos. Disse no intervalo exatamente isso porque já ando nisto há muito tempo e sei perfeitamente que tudo serve para poder arranjar maneira de quebrar o ritmo de jogo. E sabendo que somos uma equipe rápida, uma equipe que tem dinâmicas intensas, do outro lado vamos apanhar e já apanhamos algumas equipes desta forma. Que percebendo ou não, ou compreendendo ou não, estratégias que o adversário possa ter.”
O técnico se estendeu na resposta, dando um complemento à sua linha de pensamento.
“Eu não jogo nem tenho que me pronunciar sobre isso. Agora, para mim, sobre mim, nós temos que fazer o jogo para poder ter o resultado que queremos. E se nós tivemos algum papel em alguns momentos que foi cúmplice de uma estratégia que o adversário trouxe de quebrar o ritmo de jogo, tivemos mal. É dessas coisas que temos que corrigir. E também parece que nós permitimos muito, e eu falei disso desde o primeiro minuto, ao auxiliar que estava do meu lado, porque todas as vezes esperar para dar um cartão aos 60, ao goleiro que teve sempre com a bola parada e a atrasar o jogo, a quebrar com os jogadores constantemente no chão, simular lesões. Qualquer encosto agora simulam. Eu acho que é do mau profissionalismo quando é assim, é o comportamento que se tem que não favorece nada o espetáculo e o espetáculo não é isto, no meu ver, o futebol que eu defendo.”
“Não posso julgar”
Perguntado pela reportagem do BTB Sports sobre o aspecto de ter seu estilo de jogo mais estudado por conta do momento que o Botafogo vive e se isso inferia em algum aspecto tornar-se mais evidente quando as equipes enfrentam o alvinegro, como por exemplo a cera, Artur disse o seguinte.
“Não posso julgar nem avaliar aquilo que é a estratégia de qualquer um dos meus rivais. Compete a mim ter soluções para poder contrariar essas estratégias e aquilo que é a forma, a sua abordagem ao jogo. E a nossa abordagem tem sido muito consistente, pelo menos nós, Botafogo, temos sido muito consistentes. E hoje tivemos um jogo também nesse aspecto, muito próximo daquilo que é a nossa realidade, ou seja, uma equipe que procurou atacar, tentamos, finalizamos. Se calhar, tivemos algum demérito também em algumas finalizações, mas temos que saber lidar com isso de uma forma natural, ainda que não possamos estar satisfeitos, porque não estou satisfeito, obviamente, com o resultado. Um ponto aqui hoje foi curto para aquilo que a equipe produziu e não estou satisfeito com o desempenho. Não tem a ver com o desempenho dos jogadores, também com o resultado só, porque os jogadores lutaram, trabalharam, foram abnegados na forma como tentaram lá chegar, mas não conseguimos, hoje não. Não deu. Portanto temos que perceber que há dias assim e melhores dias virão seguramente.”
Impacto da data FIFA
Com data FIFA prevista para os próximos dias, situação que prevê ao menos três desfalques de peso para o alvinegro no confronto diante do Atlético Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro, Artur comentou sobre o aspecto do calendário do futebol brasileiro e mundial.
“Sobre aquilo que é a programação que nós temos para esta parada de Data Fifa. É muito idêntico aquilo que nós temos feito também nas datas anteriores. A programação foi feita e nós, estrutura, os jogadores, estão identificados com tudo aquilo que é este período e aquilo que vamos fazer para que possamos ter, como disse, este próximo ciclo de cinco jogos de campeonato, mais a final da Libertadores, de correspondência das expectativas e, acima de tudo, das exigências que isso nos traz. É essa a programação e a planificação que temos. Para este último mês de temporada.”
Artur e o Botafogo voltam a campo na próxima quarta-feira (13), fora de casa, para enfrentar o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro.
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