Após a vitória do Palmeiras sobre o Atlético-MG, o treinador Abel Ferreira cedeu uma entrevista coletiva, onde abordou, dentre vários assuntos, sobre a temporada do Palmeiras.
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Distração inusitada
Questionado sobre como fazer para manter o mental dos jogadores do Palmeiras em meio a uma sequência exigência de partidas, Abel revelou bastidor inusitado.
“Posso dizer o que fiz? Convidei-os a ver Divertidamente 1 e 2. Eles conseguem ver as emoções que temos em nós e quais nos interessa ativar. Podemos jogar com nossas emoções, aqui posso chamar a atenção para deixar os jogadores em paz, ou os saudá-los, como faço hoje. Todos temos um capeta e um anjinho. Qual quer dar ouvidos? Falo aos jogadores, no jogo é igual.”
Ainda na mesma resposta, englobando o assunto das eliminações em copas (Libertadores e Copa do Brasil), Abel falou sobre o sentimento das quedas e como lidar com ele.
“Foram eliminações pesadas, mas não teve esforço? O baque só tem que ser emocional quando não nos esforçamos. É preciso saber perder e a forma como se perde. Só cobro isso dos meus jogadores. Eles são incríveis nisso. Tenho um orgulho tremendo, porque eles não desistem. Às vezes vamos perder, nunca prometi títulos, só posso prometer atitude, jogar para ganhar, sempre até o fim pelo melhor resultado. Sinceramente, aqui estamos todos de acordo que meus jogadores são incríveis, independente se vamos ganhar ou não. Só cobro que eles deem o melhor que puderem.”
Sobre o momento vivido por Dudu, Abel comentou o seguinte.
“Ele merece, porque trabalha muito e sabe o quanto difícil é. Deixei de jogar por uma lesão destas. Se perguntar se o Dudu está pronto para jogar 90 minutos, não está. Mas se puder ajudar como foi hoje, será espetacular. Fui abraçá-lo, todos são jogadores do clube e ninguém vai apagar a história que tem. Ele jogou comigo imensamente, mas precisamos de ritmo, intensidade.”
Sobre Veiga, que não vinha em bom momento e marcou os dois gols do Palmeiras na vitória sobre o Atlético-MG, Abel disse:
“O Veiga não estava bem, tive conversas com ele e eu se calhar insisti mais vezes do que era necessário. O jogador fora não é castigar, é entender que é preciso ficar fora para ganhar novas energias, às vezes até para ficar chateado com o treinador. Não quero que quem fique fora esteja satisfeito, porque senão é porque está acomodado e temos de trocar. A mensagem para os jogadores é que eles foram incríveis, e os torcedores extraordinários. A todos eles meu muito obrigado.”
Demais respostas
Busca pelo tricampeonato brasileiro consecutivo “Não sei, porque não ganhei. Bela pergunta, mas vou dizer o que digo, um jogo de cada vez, nosso calendário é duro, difícil, não vamos jogar todos ao mesmo tempo, treinar bem durante a semana, desfrutar da vida, tenho mais tempo para desfrutar dos amigos, ir a novos restaurantes, coisa que fiz pouco. Estou começando a conhecer São Paulo e pode ser perigoso (risos), porque é uma cidade maravilhosa. Sempre com minha esposa e filhas. A exigência que tenho com meus jogadores, coloco nas minhas filhas. A vida não vai ser só rosas, seja na profissão que for, vai criar obstáculos, o que faz a diferença, olham para o Abel agora, não sabem o que tive de abdicar. Com 27 anos, não conseguia falar em público. Se eu consigo, todos conseguem. Como? Técnicas, estudar, tirar cursos, nas primeiras vezes tremia e suava para todo o lado. Se dissesse que um dia ia conseguir falar para uma plateia, diria que não consigo, é impossível. Nossos maiores limites somos nós mesmos, que pomos entraves ao nosso futuro. Não se paga imposto para pensar positivo. Por que não pensar assim? A vida é maravilhosa por isso, vale a pena vive-la. O futebol é o mais importante das coisas menos importantes, vocês são realmente apaixonados por futebol. Acho too much (demais), mas entendo. Viver nossa vida e quando treinar e jogar, dar o melhor. Nossos jogadores e treinadores são magníficos. Poderíamos ter matado o jogo mais cedo, na segunda parte, primeira bola… 1 a 1. Tivemos transições, fizemos o que tínhamos de fazer para ganhar.”
O porquê da utilização de Fabinho em meio à ausência de Richard Ríos e Zé Rafael “Há muito tempo estamos pensando a próxima época e não abdico dele. Trabalha conosco desde que chegamos, e o Fabinho faz parte do núcleo que treinam conosco de forma regular. Não dizemos tudo que fazemos, mas falavam que o treinador não gostava da base, basta ver o histórico desta comissão técnica com o Paok, com o Braga. Agora, com as vendas que se fazem por um trabalho de base muito bem feito, mas é preciso coragem para estar em uma equipe que briga por títulos e meter o Vitor (Reis), não contratar ninguém quando o Luan saiu. Sabemos qual o tripé, Leila-treinador-Barros, sabemos o que queremos para o clube, sabemos o que se passa no clube. O Castanheira merece parabéns, o primeiro gol é espetacular. Hoje ele nos presentou com uma bela jogada de bola parada, o Fabinho é um jogador certinho, consistente, que pode jogar a 5 ou 8, que entende o jogo, tem fluidez, que eu conto. Acrescenta e dá soluções ao meio-campo, consistente quando usado e gratificante para nós. Queremos muito contar com ele para o próximo ano.”
Opinião sobre os pênaltis marcados para o Palmeiras contra o Atlético-MG “Preferia que o gol fosse sem pênalti, ele ia ao gol para fazer. Eu ainda não vi o lance, não percebi porque o primeiro gol foi anulado. Vocês viram o gol do Arsenal contra o City? Podem responder, o que disse ao bandeirinha. Para mim, não é falta nenhuma. Por que não pode tocar no goleiro? Olha o gol do Arsenal no City. A mim ensinaram uma coisa, a melhor forma de elogio muitas vezes é imitarmos os melhores. É a forma mais elevada de elogios. Eu faço isso, gosto de ver o que os melhores fazem e adaptar ao meu contexto. Vejam o gol do Arsenal e se marcaram faltam.”
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