São Paulo toma gol no fim e perde para o Atlético-MG no Morumbis

São Paulo e Atlético Mineiro se enfrentaram no Morumbis pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil

São Paulo sofreu uma derrota para o Atlético-MG por 1 a 0, na quarta-feira (28), no Morumbis, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. O resultado acabou frustrando os planos da equipe, isso porque o Tricolor almejava ir para Belo Horizonte com uma vantagem, mesmo sendo mínima. Mas aconteceu justamente o contrário.

Contudo, a derrota Tricolor aumentou ainda mais o tabu diante o Galo. O Tricolor não vence o Galo há sete jogos, desde o duelo pelo Brasileirão 2020, quando superou o alvinegro por 3 a 0 no Morumbis. De lá pra cá já são quase 4 anos sem vencer o rival, contabilizando oito duelos, com cinco vitórias mineiras e três empates.

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Além disso, nos últimos 20 jogos, o Galo venceu 10, enquanto o São Paulo teve apenas 5 triunfos contra o rival. Já contando apenas no MorumBis, o alvinegro venceu dois jogos e empatou outros dois nos últimos cinco encontros com o São Paulo.

O jogo foi marcado pelo luto do time Tricolor devido à morte do lateral Juan Izquierdo, do Nacional do Uruguai, após o jogo com o time paulista na última semana.

Logo na saída de campo, após a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG, Luiz Gustavo foi o jogador a falar pelo São Paulo, e negou que o grupo estivesse abalado com a morte do ex-zagueiro do Nacional.

Já nos vestiários, o lateral Rafinha foi mais a fundo no tema e não teve como negar que o grupo são-paulino teve sim um grande baque nas horas que antecederam a primeira decisão tricolor diante do Galo.

“Cara, eu… eu tenho que ser sincero. Claro que mexe com a gente, mexeu muito com a gente. É difícil você ir para um jogo como o de hoje. Vou falar por mim. É difícil você ir para um jogo de hoje com a cabeça boa. A gente está jogando no estádio que um companheiro de profissão acabou perdendo a vida. Não é fácil. Mas a gente sabe que a vida continua, que é o nosso trabalho. A gente estava vendo o menino ali dentro do campo com a gente, aí acontece uma fatalidade dessa. Claro que é difícil, acho que o mental é importantíssimo nesses jogos, e claro que a gente sente, isso aí consome muito a gente”, lamentou Rafinha na zona mista do Morumbi.

“É claro que atrapalha. Não é desculpa porque nós perdemos. Estamos vindo de um jogo, há seis dias atrás, em que um companheiro de profissão acabou perdendo a vida. É complicado. Clima fica pesado, todo mundo pensa. Não tem como tirar da cabeça. A gente fez nossa parte, demos força à família, ajudando no que pode. E a vida continua. Mas, claro que consome. A gente olha o lado humano. Poderia ser qualquer um de nós. A gente fica triste, mas deseja força à família”.

O jogador falou sobre os rumores de um possível adiamento do jogo, e afirmou que os jogadores não foram consultados. O jogador voltou a falar sobre o luto do elenco, que acompanhou a situação de Izquierdo ao longo da última semana.

“Ninguém consultou a gente. É difícil falar isso agora [se o jogo devia ser adiado]. Posso responder por mim. Se a gente fala agora, pessoal pode interpretar que eu estou dizendo isso porque o São Paulo perdeu o jogo. Não. São 25 jogadores que vão para o jogo, cada um reage de uma forma. Tem jogador que consegue seguir a mesma pegada, mesma concentração. Tem outros que sentem mais. Um companheiro de profissão morreu do nosso lado há seis dias. É complicado. Não é todo mundo que reage da mesma forma. Vocês sabem disso, a gente abre o telefone, vê televisão, e estavam sempre falando do menino [Izquierdo]. Não tem como a gente esquecer”, comentou.

“Cada um reage de uma forma. Tem pessoas, torcedores, que têm outras prioridades. Aconteceu o que aconteceu e vida que segue. Mas o jogador sente. Poderia ser um de nós. O cara saiu para trabalhar e não volta mais para casa. Um filho recém-nascido, companheiro de profissão. A gente sente porque sabe que poderia ser um de nós. Se tivesse acontecido com algum de nós do São Paulo, ficaríamos felizes se outros dessem o mesmo suporte, mesma atenção que nós demos. A gente torce para que não aconteça com ninguém. Mas infelizmente aconteceu, e que Deus o receba de braços abertos.”

O líder do São Paulo foi um dos que mais apareceu em visitas ao hospital enquanto Izquierdo estava internado e consolava seus companheiros de time mais abalados, como Michel Araújo.

“Qualquer coisa que você vai ver em rede social, televisão, está falando sobre a morte do Izquierdo, então mexe com a gente, é difícil. Quem tem filho, quem tem família, sabe disso, o quanto é difícil. A gente esquece o lado profissional, vê o lado pessoal. Mas a gente fez um grande jogo aqui, e claro, não tem como esquecer do que aconteceu. É difícil separar realmente para jogadores do São Paulo, especialmente, que participaram aqui, porque eles estavam no local onde tudo começou, não é fácil voltar ao Morumbi.”

Por fim, o capitão avaliou o jogo e vê dificuldade do São Paulo em converter as oportunidades que tiveram, deixando o duelo em aberto para a volta em Belo Horizonte.

“Fizemos um grande jogo. Se você olhar os 90 minutos, tivemos totais condições de fazer gol. Tivemos uma chance com Calleri, outra com Lucas. Eles (Atlético-MG) não tiveram nenhuma chance clara no segundo tempo, mas foram eficientes. Conseguiram fazer o gol. Mas está tudo aberto, tem o segundo jogo agora. Vamos lá que está tudo aberto.”

O técnico Gabriel Milito explicou em coletiva de imprensa a estratégia utilizada pela equipe no confronto.

“Sabíamos que iríamos jogar contra uma equipe muito boa e forte, que não perdia há muitos jogos. Decidimos jogar uma partida de muita neutralização contra o rival e, a partir disso, recuperar a bola e atacar. A equipe fez um grande trabalho coletivo e defensivo. Não é fácil defender aqui na casa do São Paulo, que tem muitas virtudes e jogadores desequilibrantes. Acho que controlamos bem a partida sem bola.”, afirmou o comandante.

No segundo tempo, o Galo atuou de uma forma mais recuada, aproveitando os contra-ataques. Milito falou sobre o momento que o clube vivia e elogiou a parte defensiva do time.

“Estávamos passando por muitas dificuldades. Normal, isso acontece com todos os times. Claro que queremos sempre jogar muito melhor que os adversários, se possível ganhar de goleada, terminar o primeiro tempo ganhando de 3 ou 4 a 0, mas isso não acontece. Hoje tínhamos que fazer uma partida muito prática, defensivamente teríamos que fazer muito esforço. O primeiro tempo foi melhor que o segundo, mas em linhas gerais, controlamos muito bem. Em exceção da jogada clara de Lucas Moura e outra em que Júnior Alonso se lesiona, neutralizamos bem, sem dar muitos espaços.”

São Paulo e Atlético fazem o duelo de volta das quartas da Copa do Brasil somente no dia 12 de setembro (quinta-feira), após a Data Fifa, às 21h45 (de Brasília), na arena rival. O empate classificará os mandantes.

Antes disso, contudo, o Tricolor volta a campo às 18h30 de domingo (1/9) para enfrentar o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro.

Já o Galo encara o Grêmio, no próximo domingo, às 11h, em Porto Alegre.

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