Uma das marcas do estádio Nilton Santos desde o último ano tem sido a confecção de mosaicos homenageando o Botafogo, que manda as suas partidas no local.
Destaques no Brasil e até mundo afora, os mosaicos representam um custo interessante aos responsáveis por organizar. Em entrevista ao ‘Globo Esporte’, eles revelaram detalhes.
Acompanhe o BTB Sports no Twitter, Instagram e Youtube.
Quando o mosaico ocupa toda a parte leste do estádio, local tradicionalmente usado pelas torcidas organizadas do alvinegro, são utilizadas mais de 22 mil placas.
Todo o trabalho só ocorre graças à ação voluntária de trabalhadores, que doam, além de dinheiro, dedicação. O trabalho vai desde a definição do conceito até a organização do acontecimento.
As arrecadações acontecem de forma digital, normalmente, juntando o orçamento para duas festas por vez. Torcedores com maior poder aquisitivo, que não querem ser identificados pela reportagem do ‘Globo Esporte’, também são acionados pelo movimento quando há alguma necessidade pontual.
A maior arrecadação até agora foi recente, para os jogos contra Bahia (Copa do Brasil) e Palmeiras (Libertadores), em que R$ 60 mil foram levantados.
Individualmente, a festa para o duelo com o Flamengo, em 2023, foi a mais cara. Isso porque se optou por testar o mosaico em todos os setores do estádio. O custo foi de R$ 65 mil.
O valor em média, com tudo incluso, inclusive logística, é cerca de R$ 25 mil, podendo aumentar ou diminuir em função da quantidade de cores, por exemplo.
A iniciativa é do Movimento Ninguém Ama como a Gente, coletivo de torcedores criado em 2017, ano em que o Botafogo chegou às quartas de final da Libertadores. Não há vínculo com torcidas organizadas, mas há uma cooperação e contribuição de parte delas.
Fellipe Portella, o idealizador do projeto, teve a iniciativa de criar o coletivo logo depois que saiu de uma organizada. Na época, o grupo era considerado a “comissão de festas” do clube. Desde então o movimento vem crescendo.
Como é feito um mosaico?
Hoje, entre organizadores, criadores, administradores e voluntários, são pelo menos 100 pessoas fixas envolvidas, e o movimento sempre faz chamadas nas redes sociais para recrutar interessados em ajudar nas ações.
Diferentemente de alguns anos atrás, as festas são organizadas prioritariamente por profissionais envolvidos em cada uma das áreas, e esse é um dos segredos para que as celebrações alvinegras sejam um sucesso.
Por falar em alma e coração, o responsável por imprimir no papel as ideias também é um botafoguense, dono de uma gráfica grande do ramo. Ele também facilita na logística e minimiza burocracias para que a festa seja feita.
São cerca de sete dias de trabalho, desde a concepção até a instalação das placas, para três minutos de festa na entrada em campo dos jogadores. A escolha é democrática, com uma equipe vasculhando o que os torcedores do Botafogo gostariam de passar para o jogo.
Depois de levantar as primeiras ideias através das redes sociais, um grupo com cerca de 30 pessoas se reúne para “materializar” as ideias. Ou seja, criar o conceito e as peças digitalmente.
A criação de uma área específica de relacionamento com o torcedor caminha junto. Inspirado no que já é feito no Grêmio, com o Departamento do Torcedor Gremista, o alvinegro busca estreitar laços com as organizadas, com o movimento que organiza as festas e criar políticas para tornar casa botafoguense um lugar seguro para todas as pessoas.
Foi nesse movimento que Fellipe Portella foi contratado pelo vice-presidente executivo da parcela associativa do clube, Jonas Marmello. Portella trabalha em conjunto com o setor de marca e eventos, que é quem cuida da atmosfera no Nilton Santos, da voz do estádio, as músicas, apresentação das cheerleaders, entre outros.
No estádio Nilton Santos, no próximo domingo, o Botafogo terá mais uma oportunidade de promover um dos seus bonitos mosaicos. O alvinegro receberá o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro em partida que representa a oportunidade de garantir a liderança isolada do campeonato.
