Mano analisa derrota do Fluminense: “o futebol é aproveitamento”

Mano Menezes cede entrevista coletiva após derrota do Fluminense para o Grêmio

O Fluminense foi derrotado para o Grêmio por 2 a 1 no estádio Couto Pereira e viu sua vida ficar mais difícil para o avanço nas oitavas de final da Copa Libertadores.

Com um confronto de volta pela frente na próxima terça-feira (20), o Tricolor terá um grande desafio pela frente. Antes deste, terá um emergente Corinthians em casa pelo Campeonato Brasileiro.

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Sobre esse contexto de partidas e demais assuntos ligados ao Fluminense nesse momento, o treinador Mano Menezes falou na coletiva de imprensa após o jogo. Essas foram as suas principais respostas.

Análise sobre a partida

Perguntado sobre como analisa o resultado da partida e os acontecimentos dela, Mano Menezes revelou os seguintes pensamentos:

“Foi um bom jogo de futebol, acho que é importante deixarmos isso claro para os torcedores de ambas as equipes. Disputado, intenso, como geralmente são os jogos de Libertadores. Até em clubes brasileiros, baixa um espírito de Libertadores. Iniciamos muito bem, com Martinelli por dentro junto com André. E Alexsander por fora para fazer uma barreira e ajudar o Esquerdinha, por ele ser jovem, e o Grêmio ter característica de jogar pelo lado com Pavón, depois o Soteldo. Entendemos que era necessário para o início. Ao mesmo tempo, tivemos saída para o ataque. Tivemos, por quatro vezes, um 4 contra 3 que deveríamos ter aproveitado para construir situações de gol, como fizemos em outras oportunidades. Com a saída do Martinelli por lesão, trouxemos Alexsander pra dentro e colocamos o Keno, para ter velocidade também pelo lado esquerdo, da mesma maneira como tínhamos pela direita. Demoramos um pouquinho para entrar no jogo, e o Grêmio teve seu momento um pouco melhor. Acho que as duas equipes voltaram para o segundo tempo buscando o resultado. Perdemos o Keno logo no início do segundo tempo, foi difícil para a gente. Se tivéssemos trocado o Keno no intervalo, eu teria duas situações (restantes) de mexida. Fiquei com uma só, e isso sim reduz. Já me obrigou a fazer logo duas alterações, senão ficaria numa situação difícil pra frente depois. Saímos na frente com uma jogada muito bem trabalhada, definição boa do Lima. A partir daí, tivemos as nossas dificuldades maiores. Ao sermos pressionados, saímos do jogo. Não retivemos mais a bola na frente, não tivemos mais uma saída lúcida, que é necessária, senão o adversário te amassa. Pecamos nesse aspecto como equipe, para encontrar as saídas para essas horas que vão acontecer. Levamos essa situação do jogo para lá, acho (que a disputa) está aberta. Não era o resultado que a gente queria, mas vamos trabalhar para fazer um jogo no nível que fizemos aqui, com chegada mais forte de área para tentar construir nossa vitória e classificação.”

Psicológico gerando efeitos?

Perguntado se o aspecto psicológico da equipe gera efeitos negativos em seu desempenho, Mano Menezes prontamente recusou a justificativa.

“Penso sempre que é muito cômodo para o treinador dizer que é psicológico, outras coisas. Acredito muito em trabalho, parte tática, organização da equipe. O adversário também tem suas armas e trabalha para usá-las. O futebol é aproveitamento. Fizemos uma jogada lindíssima no primeiro tempo, entramos cara a cara, a bola bate embaixo do goleiro e quase entra, mas não entra. A deles foi uma cobrança que não bateu em ninguém. É muito raro essa bola entrar direto, mas entrou. As duas foram feitas… A nossa, talvez, até com mais qualidade para ser gol. Mas futebol é assim. Acho que a equipe tem que ter personalidade, ambição para saber jogar com placar favorável, mas também tem que ter organização para saber suportar a pressão que o adversário, ao estar com o placar desfavorável, vai impor. O Grêmio não vai aceitar derrota na Libertadores perdendo de 1 a 0 de forma generosa.”

Tomadas de decisão no ataque

Questionado sobre a importância de acertar nas tomadas de decisão no ataque, aspecto no qual o Fluminense mostrou-se defasado nesta partida, Mano Menezes revelou o seguinte pensamento:

“O futebol é muito tomada de decisão, né? A gente estabelece os caminhos e as questões básicas do jogo, mas o jogo vai ser decidido com os jogadores, com suas escolhas e com suas definições. O que eu penso a partir do momento que as coisas começam a funcionar bem a equipe fica mais confiante para definir melhor, é isso que temos que ter nessa hora. São jogos intensos e em sequencia, por que temos que alinhar o Brasileiro. Já temos jogo no sábado também, são as durezas do calendário brasileiro. Acho que a equipe está respondendo bem e pode responder melhor.”

Outras respostas

Observou alguma fragilidade no Grêmio? “Nenhuma, vi o Grêmio muito bem, muito forte. Foi um jogo bem jogado entre as duas equipes, assim como vai ser na semana que vem lá no Rio de Janeiro.”

Teme sequência ruim pelo impacto do resultado? “Temos que ser inteligentes a ponto de saber interpretar as coisas, o futebol brasileiro é um futebol de boas semanas e semanas ruins. Você oscila muito, se você tem uma sequencia ruim, perde jogadores importantes em determinados jogos e eles fazem falta, mesmo com reservas muito qualificados. Mas tem que ter calma, não se empolgar quando as vitórias vêm. Elas também foram construídas em pequenos detalhes, as derrotas estão acontecendo em cima de pequenos detalhes, que ora são favoráveis, ora são contra. Acho que a equipe está se comportando bem, estamos melhorando um pouco o ataque ao espaço, como foi o gol. Falamos sobre isso no intervalo, em alguns momentos no primeiro tempo encurtamos demais o jogo por querer a bola no pé e às vezes essa bola pode ser no espaço. Mas estamos melhorando nesse aspecto, e a equipe vai resolver seus problemas, tenho certeza disso.”

Opção por Keno na segunda etapa “Foi naquele momento, se foi por que o Keno entrou mais aberto ou não isso é subjetivo. A gente optou pela primeira formação por achar que ela era mais adequada para começar o jogo. A opção que tínhamos era Keno para fazer uma saída forte de contra ataque. Quando o jogador não entra bem é fácil fazermos análise pós jogo, o Grêmio entrou com dois jogadores de flanco, no segundo tempo, e não perdeu o controle do jogo. Não é por ser de flanco ou da posição, é por as vezes você executar melhor, se sair melhor e existe várias formas de jogar futebol respeita-se todas e todas são boas.”

Como agir com Esquerdinha, de 18 anos, após pênalti e falta decisivos para derrota? “O jogo de futebol é feito desses momentos. Iniciou firme, bem, trabalhamos muito para que ele tivesse essa atuação com a firmeza que teve. Estava marcando um jogador extremamente experiente, agudo, de seleção argentina como o Pavón. Esse foi o primeiro momento. Mas um pênalti mexe com todo mundo, com ele também, provavelmente. Perdeu um pouquinho de tranquilidade no posicionamento, já entrou de qualquer jeito na bola e não dá. O jogador que ele estava enfrentando (Soteldo) na segunda parte do jogo você não pode entrar de qualquer jeito para tomar a bola, porque você não consegue. Nessa hora, os outros mais experientes têm um papel importante em orientá-lo, reposicionar, acalmar. O futebol é feito desses momentos, sim. Pode ter acontecido com ele, mas vai certamente estar no próximo jogo mais bem preparado ainda. E é isso que se quer.”

O que falar da arbitragem? “Queria aproveitar a oportunidade para elogiar a arbitragem. Achei o jogo muito bem criterioso, arbitrado, ao menos que tenha escapado de nós algum lance fora. Acho que não. Muito bom termos o jogo jogado, decidir dentro do campo como foi hoje. Dei os parabéns a Dario (Herrera, árbitro). Quando a gente passa por essas situações, não é por causa da derrota que temos que deixar de elogiar. Foi um jogo muito completo em todos os aspectos.”

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