Mano cita falta de concentração do Fluminense em eliminação

O Fluminense foi eliminado pelo Juventude na Copa do Brasil

O Fluminense foi eliminado para o Juventude na Copa do Brasil. Após uma derrota por 3 a 2 na partida de ida, o Tricolor recebeu o Jaconeiro no Maracanã para o jogo da volta e empatou por 2 a 2, selando um 5 a 4 no agregado do confronto.

Após o duelo decisivo, o técnico Mano Menezes cedeu entrevista coletiva e abordou alguns dos temas ligados à eliminação, além de ter falado sobre outros temas que dizem respeito à temporada e ao momento do Fluminense.

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Diagnóstico da eliminação

Perguntado sobre como enxergava a eliminação do Fluminense e como poderia avaliá-la, Mano Menezes deu um diagnóstico sobre o tropeço.

“Fomos eliminados porque não se pode tomar cinco gols numa eliminatória. Gols perfeitamente evitáveis, o que eu acho ainda pior. Saímos de lá (de Caxias do Sul) falando isso, hoje tomamos gol de bola parada, depois entregamos o segundo gol. Se não tivéssemos tomado o segundo, estaríamos numa disputa de penalidades máximas. Não tivemos um nível de concentração para um jogo de mata-mata. Primeiro porque optamos por mesclar em Caxias do Sul, tínhamos que fazer isso. Hoje iniciamos muito longe, cometendo erros, apressando um jogo que não precisava apressar. Não conseguimos estar conectados da maneira que tem que estar para se jogar um jogo decisivo.”

Problemas de concentração

Complementando a resposta anterior, Mano Menezes revelou bastidores sobre o vestiário da equipe nesse jogo de volta.

“No vestiário sentimos algumas coisas. Até na oração estava diferente dos outros jogos. Não conseguimos fazer. Não estivemos como deveríamos estar. As bolas erguidas foram uma leitura errada do jogo. Estivemos muito mal nas bolas paradas. Se jogamos 20 bolas paradas, 18 não tocamos nela. Você começar a optar por coisas erradas é porque não estávamos preparados como deveríamos.”

Situação de Marcelo

Perguntado sobre como avaliar a situação de Marcelo, que tem convivido com problemas físicos e por mais uma vez saiu de campo lesionado, Mano deu sua visão.

“É muito difícil individualizar qualquer situação em cima de uma eliminação. Acho que seria muito injusto com o Marcelo, eu não faria com ninguém. É ruim, é óbvio que é muito ruim você entrar no jogo e sair com cinco minutos. O jogador sofre muito mais do que todo mundo. Então perdemos uma alteração, um jogador que naquele momento acho que iria acrescentar bastante pela qualidade de jogo interno, a gente abriu o Keno bem na beirada, então precisávamos de um jogador que viesse por dentro com armação, o Marcelo tem essa capacidade. E a alteração se deu por isso. A questão da lição é, acho que na primeira resposta, eu acho que fica bem claro, não se pode tomar cinco gols numa série de dois jogos de mata-mata. Quem toma cinco gols dificilmente passa, a gente não pode passar por isso nos dois jogos com o Grêmio.”

Mano Menezes, treinador do Fluminense, cedendo entrevista coletiva (Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)

Estréia de Ignácio

Perguntado sobre o porquê de ainda não ter promovido a estreia do zagueiro Ignácio, reforço contratado pelo Fluminense nessa atual janela de transferências, o treinador disse o seguinte.

“A defesa que jogou hoje havia vencido quantos jogos sem tomar gols? Quatro. Então se eu tivesse mexido na equipe e tivesse tomado dois gols, você iria perguntar porque eu mexi na equipe numa defesa que não tomou gols em quatro jogos. A gente tenta ser coerente, nós colocamos a equipe pensando em passar pelo Juventude, não passamos. Mas eu não vejo que não passou por questões individuais. As individuais são consequências da equipe não ter feito bem aquilo que precisava fazer. Aí você vai procurar esse, aquele. Acho que nas vitórias alguns jogadores se destacam individualmente. E na derrota perdemos todos nós.”

Sequência de jogos

Perguntado pela reportagem do BTB Sports presente no estádio Maracanã, Mano Menezes falou sobre a sequência cansativa de jogos que o tricolor terá pela frente a partir do próximo sábado (10), quando enfrenta o Vasco.

“Então, primeiro, vamos pensar no Brasileiro, temos um jogo pela frente com Vasco, um clássico, será um jogo bastante disputado, penso, num gramado diferente, né? E vamos ao Engenhão, num gramado mais rápido, um jogo que terá outras características, mas a gente tem que continuar aquilo que a gente está fazendo no Campeonato Brasileiro, exatamente porque são competições diferentes. E quando fomos a Caxias, pensamos muito nessa competição, de não deixar cair aquilo que tínhamos conquistado com as três vitórias. Fomos felizes por uma parte, conseguimos fazer a quarta vitória diante do Bahia, não fomos felizes na nossa segunda passagem da Copa do Brasil, não conseguimos vencer o Juventude, empatamos dois a dois. Vamos separar as coisas, vamos tratar elas com importância porque elas têm significado, mas não vamos deixar afetar aquilo que estamos fazendo bem no Campeonato Brasileiro.”

Mano Menezes, treinador do Fluminense, durante Fluminense x Juventude pela Copa do Brasil (Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)

Mais respostas

Escolhas nas substituições: “Tudo pode. Mas se eu abro a equipe muito cedo e tomo o segundo, o jogo também fica quase que inviável pra você virar. São escolhas que o treinador tem que tomar. Quem está fora fica mais confortável porque não paga o preço das consequências. A gente que toma paga o preço das consequências. Achei que já foi uma alteração ofensiva. Nós tiramos um volante, que é o Martinelli, colocamos Lima, que é meia. Então já partiu de uma ideia. Tiramos um ponta-meia, que é Serna, colocamos Keno, que tinha jogada de lado. A bola chegou muitas vezes no flanco, na primeira parte. E não é tanta característica de Serna. Não estava conseguindo transpor a marcação do lateral. Keno já fez isso mais vezes por característica. Então as duas alterações foram no sentido de dar mais ofensividade à equipe. Mas é um caminho. A última delas foi tirar um lateral pra colocar um centroavante, e vocês entendem que já estamos falando de algo mais arriscado, de algo mais audacioso, que geralmente você faz quando é o último estágio de tentar alcançar alguma coisa.”

Novas opções: “Temos muitas coisas em mente, temos muitas coisas para serem decididas, temos muitas coisas no meio do caminho, para lá ou para cá. Temos bastante coisa. Temos situações de indefinição. Temos André, temos Arias. Temos um monte de coisinha que deixa o cabelo branco e às vezes até sem cabelo. Mas a gente tem que resolver, a gente está aqui para resolver e tentar colocar que eles realmente estejam bem focados nos jogos e exigir isso bastante. Talvez tenhamos a possibilidade, quem sabe, de estrear Ignacio, já que o pessoal está muito ansioso. Vamos fazer logo, logo. E a gente quis dar uma condição para ele melhor porque achou que era mais seguro. Vamos ver Facundo (Bernal) que está aí. Chegou em boa condição, mas vamos ver a parte legal. Hoje e ontem nem treinou para que a gente pudesse acelerar essa parte legal. São trâmites que temos que fazer, que são extracampos, mas que vão influenciando nas decisões que o treinador precisa tomar. Vamos ver que se já contamos com o Alexsander, que ficou fora a poucos dias dois jogos por uma questão pubiana, jogou um pouco no jogo passado, entrou bem, mas voltou a sentir um pouquinho. Então, o treinador segura para tentar recuperar e dar uma condição boa para todos. São jogos duríssimos, vocês viram como foi a disputa do jogo, né? No sábado teremos um jogo muito parecido, o Vasco tem essa característica de um jogo intenso. Contra o Grêmio eu não vou nem falar, pela Libertadores, que vocês já conhecem tão bem quanto eu. Então, estar bem, estar forte, estar preparado para esses momentos é o que a gente quer”

Apoio da torcida: “Eu penso que esse é o mínimo que a gente precisa ter de comportamento em relação ao torcedor que está vindo no estádio e apoiando a equipe como está apoiando. Em raros momentos hoje ele escolheu esse ou aquele para apoiar um pouquinho, eu até pedi que tivéssemos um pouco de calma, depois logo voltou a apoiar todo mundo, e a equipe tem como obrigação responder para esse torcedor e dar motivos para ele voltar aqui nos próximos jogos, é o que nós queremos, é assim mesmo em jogos que são mais difíceis, o nosso adversário quase não criou em termos de oportunidade, mas futebol é bola na casinha, talvez tenhamos consagrado um pouco o Gabriel, o goleiro deles, com bola erguida na área em demasia, um pouco daquela ansiedade de resolver o jogo, talvez não encontrando o caminho adequado escolhido. A nossa equipe é uma equipe muito qualificada. Se ela tiver paciência para jogar, manter a organização e manter a concentração, ela vai ter uma ótima capacidade para resolver os jogos. E voltando um pouco sobre os gols, é aquilo. É sistema, é time. Se você não estiver bem, até com o Thiago Silva, a gente toma gol”

Arquibancada do Maracanã recheada de torcedores do Fluminense (Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)

O Fluminense volta a campo no próximo sábado (10) quando enfrenta o Vasco no estádio Nilton Santos pelo Campeonato Brasileiro. O confronto será o terceiro encontro entre as duas equipes em 2024.

Leia mais: Vasco busca enxugar o elenco para abrir espaço na folha

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