A tarde da última quinta-feira (11) foi de anúncio oficial de Philippe Coutinho para o Vasco da Gama. O clube carioca promoveu um evento com entrevistas coletivas na Sede Náutica da Lagoa, espaço comumente reservado para eventos da parcela associativa do clube.
Junto a Coutinho, o presidente Pedrinho também esteve presente e respondeu a perguntas dos jornalistas presentes, incluindo a reportagem da BTB Sports.
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O evento teve início nas 15h11, horário simbólico e relacionado com a camisa que o jogador vestirá no seu retorno à Colina Histórica, a 11.
Dentre as perguntas que respondeu, Coutinho falou majoritariamente sobre a sensação de voltar ao clube que o projetou, além de ter revelado detalhes das conversas por esse retorno e projetado como será essa sua volta dentro de campo.
No pós-apresentação, o presidente Pedrinho falou sobre vários assuntos ligados ao momento do Vasco, à atuação que o clube fará em breve no mercado, à situação vivida juridicamente e outras temáticas.
Respostas de Coutinho
Expectativa pela sua reestreia
“A minha vontade era estar em campo ontem (risos). Mas é claro que eu estava no meu período de férias, como todas as férias eu treino, eu me dedico, mas obviamente é diferente de estar com o grupo, jogando. Se depender da minha vontade o quanto antes, mas obviamente tudo vai ser conversado e colocado, imagino que, durante essa semana, com todo o pessoal do staff.”
O que motivou seu retorno?
“A questão de abrir mão de muita coisa é verdade, o presidente falou. O Vasco fez de tudo para que eu pudesse estar aqui, o presidente fez de tudo para que eu pudesse estar aqui hoje e eu sou muito agradecido por isso. São muitas questões que envolvem essa volta, o amor ao clube é o principal, é um clube que eu amo, que eu sou grato demais porque me formou para o mundo, não só na parte esportiva.”
Sonha com retorno à Seleção Brasileira?
“Seleção é sempre um sonho, né? Eu tive a felicidade de estar lá, de vestir a camisa da seleção brasileira, de ser campeão com a seleção brasileira, disputar uma Copa do Mundo. Sempre é um sonho, mas o meu principal objetivo e, com toda a sinceridade, é voltar ao Vasco, poder ajudar o Vasco. O meu objetivo principal é esse, dar o meu máximo, me entregar ao Vasco junto com os outros companheiros, para a gente conseguir os objetivos em conjunto.”
Relação com a torcida do Vasco
“Cara, eu tenho uma relação, como eu falei antes, de carinho, respeito, é uma torcida que é muito apaixonada, diferente de todos os lugares que eu passei e a gente vê isso em todos os jogos, lotados, apoiando. Então estar de volta aqui para mim também é um momento muito bacana de estar jogando ali com um estádio cheio, então, representa muita coisa para mim, a torcida do baixo.”
Sensação de retornar ao clube que o formou
“Vivi toda a minha infância e adolescência aqui no Vasco, sempre deixo aí toda a gratidão que eu tenho por esse clube. Eu tive um período muito curto na fase profissional aqui no Vasco e, agora, volto com 32 anos, jovem ainda (risos), mas espero participar de muitas coisas boas que eu acredito que vão acontecer dentro desse clube.”
Como pretende ajudar os jovens do elenco do Vasco
“É um elenco com jogadores experientes, jogadores jovens subindo da base que têm respondido a altura, jogando bem e ajudando o time a conseguir os pontos, a gente vê os últimos jogos. Acho que o principal de tudo é ter esse equilíbrio e eu espero poder chegar para somar, ajudar. Agora, como um jogador mais experiente, em todos os lugares que eu passei eu tive sempre a referência de alguém que pôde me ajudar, então agora talvez seja o momento de eu estar ajudando esses jovens, então eu estou aberto a isso, para poder ajudar na formação deles no que eles precisarem. Como eu falei, espero poder ajudá-los, se eles quiserem, obviamente, a minha ajuda, seja da maneira que for, numa conversa, o que for necessário nos treinamentos, porque eu fui muito ajudado, eu passei por grandes clubes onde sempre tive uma referência de um jogador mais experiente, e às vezes era só uma conversa que me deixava mais tranquilo, me deixava mais calmo, então eu espero poder também ser importante na vida desses atletas, como tiveram atletas que foram importantes na minha carreira.”
Contribuição de Pedrinho em sua vinda
“(O Pedrinho) fez todo o esforço, tudo que ele podia para eu poder estar aqui hoje e já agradeci e agradeço aqui de novo. Como você falou, é um cara que ama o clube, que tem feito de tudo para o clube voltar e ser o que sempre foi. E eu quero também fazer parte disso.”
Ansiedade para reencontrar o torcedor
“Bom, como você falou, a ansiedade desde o primeiro momento, todo dia eu ligava com meus irmãos, né, e aí, como é que tá, até porque eu também não estava tão envolvido assim, né, prefiro estar pensando só em jogar bola ali e vestir a camisa, então ficava sempre como está aí, está perto, não está, enfim… Foi um período de bastante ansiedade, mas que eu já me visualizava lá atrás já vestindo essa camisa e, graças a Deus, hoje tá tudo certo pra poder vesti-la de novo, como estou vestindo, mas agora dentro de campo e representando lá dentro de campo.”
Desenvolvimento do Instituto Philippe Coutinho
“O Vasco é um clube diferente, né? Que se preocupa com a formação de pessoas, de atletas e de pessoas. E eu pude crescer dentro do clube, estudei no clube, na escola lá do Vasco. Isso foi fundamental para mim, para o meu crescimento. A escola está lá até hoje, né? Tenho que fazer uma visita lá, para ver como é que está. Gostaria de, quando for possível, visitar lá a escola. Foi uma parte muito importante na minha vida e com certeza me inspirou. O Instituto Philippe Coutinho em breve vai estar sendo inaugurado. É um sonho antigo meu e da minha família, né? Poder ajudar as pessoas, ajudar as crianças. Porque a gente acredita muito na educação. Através do esporte, da cultura, então é um pouquinho daquilo que eu posso devolver para a sociedade do que o futebol me deu.”
Nível do futebol brasileiro
“Muito competitivo, né? Você vê todos os times, a quantidade de jogos, a intensidade. Eu sempre tive esse sonho também, essa vontade de jogar o Campeonato Brasileiro por conta disso. E sim, eu acompanhava de longe, sempre que podia estava acompanhando o baixo. Às vezes tinha diferença de horário, o jogo ficava muito tarde e não dava, mas estava sempre acompanhando e torcendo.”
Como volta ao Brasil depois de tanto tempo?
“Obviamente eu amadureci muito, vivi muitas coisas boas e outras não tão boas. E fez com que eu amadurecesse, o tempo passou. Eu lembro também que eu me formei aqui nessa sala. Uma das minhas formaturas na escola foi aqui. E essa representatividade para as crianças é muito bacana para mim, receber esse carinho. Claro que os ídolos são eles que ganharam, que conquistaram coisas com o clube. Eu tive um período muito curto aqui no Vasco. Meus títulos foram fora do país. Mas por todo lugar que eu passei, sempre carreguei a bandeira do Vasco com muito respeito e amor. Crianças tem a gente como espelho, então espero sempre poder cumprir as coisas direito, fazer as coisas certas para servir de exemplo para as crianças.”
O que acha da música “a barreira vai virar baile”?
“Meus filhos em casa não param de tocar. Acaba e repete, acaba e repete. Mas é muito legal esse carinho da torcida. Claro que eu estou ansioso para reencontrar dentro do estádio jogando, mas vira e mexe. Quando eu encontro um vascaíno eu sempre tenho aquele carinho, então é muito legal essa troca.”
Por que voltar agora ao Vasco?
“Na verdade, eu sempre me imaginei jogando no Vasco. Na rede social, inúmeras vezes, eu mandava vídeos pra minha esposa da torcida do Vasco. Inúmeras vezes, isso, anos e anos atrás, um passado tempo, eu vivia mandando pra ela Olha só que linda a torcida, tiveram dia de estar lá jogando. E mais ou menos uns cinco ou seis meses atrás, a gente conversou como família e eu coloquei esse desejo de voltar jogando no Vasco. Obviamente, a partir daí, as conversas com o presidente fluíram.”
Como foi assinar o contrato?
“Momento bastante emocionante. Eu estava na correria de exames médicos, saindo de um lugar para ir para o outro para fazer exames e ao mesmo tempo rolando o anúncio, eu no telefone com a minha esposa, com meu irmão, todos muito emocionados porque o vídeo que o Vasco fez foi covardia, deixou todo mundo emocionado. Enfim, a ansiedade só aumenta vendo aquilo ali, vendo a história que eu tive aqui no clube e que agora vai continuar.”
Expectativa por primeiros contatos com elenco
“Não conversamos. Teve o anúncio ontem, hoje eu já comecei algumas coisas, mas acredito que durante a semana eu vou começar a treinar com o time e a partir daí ter esse contato com o treinador, com o jogador. Você disse que o jogo, eu joguei na posição de bem esquerda, eu joguei centralizado. Eu acho que isso varia com a ideia que o treinador tem. O mais importante é estar com essa vontade de ajudar o clube, seja jogando na esquerda, na direita, no meio, não importa, o importante é o Vasco crescer.”
Respostas de Pedrinho
Sensação de poder anunciar Coutinho como reforço
“Eu quero agradecer muito, muito ao Coutinho e toda a sua família, esse momento que a gente está vivendo aqui foi um esforço tremendo que o Coutinho fez, né? De mundo que ajustou isso tudo pra gente. Eu me sinto muito honrado de poder trazer um ídolo, a essência da palavra, porque um ídolo não é só dentro de campo, o Coutinho é um ídolo fora de campo pelo seu comportamento, um cara íntegro, que é a essência do Vasco. A gente também se esforçou muito para que a gente pudesse trazer o Coutinho de volta, porque a gente sabe o impacto técnico que ele tem no grupo. O Coutinho abriu mão de muita coisa para isso, sempre deu preferência para a gente, não ouviu ninguém. Isso mostra muito o que o Coutinho está fazendo para estar aqui.“
Continuidade na busca por reforços no mercado
“A gente não divulga muito porque é muito difícil competir com o mercado. Temos que ser certeiros. Muitos jogadores jogam fora do Brasil relatam o medo de voltar por causa de brigas de torcidas, isso tem travado algumas negociações.”
Continuidade ou não de Rafael Paiva
“Eu costumo quebrar alguns paradigmas, não vou fazer algo porque é padrão. Eu não vejo necessidade de falar publicamente que ele está efetivado. O que eu penso sobre ele, ele sabe diretamente. Ele tem toda segurança. Vocês não vão ouvir, nesse momento, que ele está efetivado. Mas ele sabe o que eu penso.”
Primeiros meses de trabalho no Vasco
“Trabalho é a palavra o que define esses meses no Vasco. Trabalhei demais pelo potencial construtivo e também estou tendo uma briga jurídica muito pesada emocionalmente. Eu sabia de tudo o que eu estava fazendo, eu estava protegendo o Vasco. Acho que agora não tem dúvida sobre isso, mas é difícil colocar uma ação judicial em um clube com esse histórico. Apanhei muito (risos). Paralelo a isso, a gente começa a ter o controle do futebol, que é uma responsabilidade gigantesca. Houve muito trabalho, o Coutinho teve que se desvincular de dois clubes, isso demora. Foi desgastante, ele abre mão de muita coisa. E a gente aqui desse lado fez muito esforço para não perder essa oportunidade. Fizemos nosso máximo para chegar até hoje.”
Mudanças desde sua chegada ao Vasco
“Quando eu cheguei, existia uma divisão (no Vasco). Funcionários rivalizando com outros funcionários. Mesmo se o clube se torne empresa, ele não pode perder sua essência, não pode estar dividido. O Vasco é único, eu não posso ter duas redes sociais, dois canais. Não pode, o Vasco é único. O Vasco é um clube que aceita tudo de uma forma única, foi isso que eu quis passar. O que me incomodou muito foram os gatilhos dos contratos. Perder campeonato acontece, mas não pode ser estimulado a isso. Os bônus têm que ser classificação para Libertadores, título… Por isso tentamos fazer essa mexida.”
Escolha por chegada de Souza e Alex Teixeira
“Houve uma avaliação técnica, além de uma avaliação da estrutura do que estava sendo feito e do que o Coutinho estava fazendo para vir para o Vasco. Todo o esforço que o Coutinho fez para vir para o Vasco merecia uma atenção através de uma indicação do Souza e do Alex. E a indicação vale a pena porque nós procuramos um jogador na posição de segundo homem de meio. O Souza é um cara apaixonado pelo Vasco, com capacidade técnica para dar uma resposta e o Alex também, muito capacitado, teve uma passagem anterior em que o contexto não favoreceu. Ele merecia uma oportunidade de voltar a São Januário. E a questão financeira, que não ia lesar o clube de forma nenhuma. Então o contexto geral nos favoreceu a olhar com carinho uma indicação, não uma exigência. Nem é característica do Coutinho. Podem observar a humildade e a gentileza que ele tem para falar com vocês. Então que fique claro isso, e a resposta técnica dos dois eu acho que vai acontecer também.”
Apresentado, Coutinho é o primeiro reforço confirmado pelo Vasco para a janela de transferências do meio do ano. Junto a ele, Emerson Rodríguez, Souza e Alex Teixeira são esperados para serem anunciados, de forma oficial, pelo clube.