Vasco e Botafogo medem forças em São Januário pelo Brasileirão

Cruzmaltino e alvinegro ficam somente no empate por 1 a 1 em clássico disputado em São Januário, válido pelo Brasileirão

A noite do último sábado (29) foi de empate no clássico da amizade. O Vasco recebeu o Botafogo e ficou apenas no 1-1, com gols marcados por Bastos (Botafogo) e Pablo Vegetti (Vasco).

A partida foi válida pela décima segunda rodada do Campeonato Brasileiro e foi disputada no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro. Foi o segundo encontro entre as duas equipes em 2024, o primeiro para o técnico Artur Jorge.

Acompanhe o BTB Sports no TwitterInstagram e Youtube.

O duelo ficou marcado por paridade entre as duas equipes, com um Botafogo extremamente lúcido nas investidas ofensivas, fazendo valer da verticalidade que costuma impor em seus jogos. O Vasco, por sua vez, soube reagir a isso com marcações individuais e contragolpes baseados nas bolas longas.

O primeiro momento do jogo foi de uma ampla dominância botafoguense nas ações do jogo, dando pouco espaço para que o Vasco pudesse usar de algum dos seus artifícios para impor perigo ao rival. Aos poucos, o time da casa foi ganhando conforto e conseguindo criar algum perigo também.

Ainda na primeira etapa, o meio-campista Guilherme Estrella, do Vasco, sentiu dor no joelho direito e foi tirado de campo numa maca. Em seu lugar, entrou o meia francês Dimitri Payet, que voltava de lesão.

Essa mudança alterou significativamente a dinâmica da partida, já que garantiu a presença de um inspirado Payet em campo, ajudando a tornar o Vasco um pouco mais eficiente nas subidas ao ataque.

No retorno para a segunda etapa, o treinador Artur Jorge optou por colocar em campo Junior Santos, que assim como Payet, retornava de lesão. A mudança deu mais condições ao Botafogo para atacar, ajudando a pesar ainda mais na última linha cruzmaltina e gerar mais situações de chance de gol.

Baseado nessa condição, o Botafogo conquistou relevantes escanteios. Um destes terminou em cabeceio preciso de Bastos para abrir o placar aos 28 minutos do segundo tempo de jogo.

Após isso, Rafael Paiva promoveu algumas mudanças no time titular do Vasco, incluindo a saída de Payet, que conforme posteriormente revelado, tinha minutagem contada para esta partida, visando a cautela para com sua delicada situação física.

Essas mudanças fariam efeito ao condicionar um time mais oxigenado. Essa oxigenação resultaria numa boa trama pelo lado esquerdo do ataque com Lucas Piton, que fez longo e preciso cruzamento para encontrar a trajetória do cabeceio de Pablo Vegetti, garantindo o empate nos minutos finais.

Pablo Vegetti comemorando seu gol contra o Botafogo (Leandro Amorim/Vasco)

Empate lamentado

Pelo lado do Botafogo, o treinador Artur Jorge lamentou o resultado, indicando a sua opinião sobre ele e sobre o desempenho botafoguense na partida.

“Um clássico é sempre um clássico. Um jogo que não tem favorito. A análise que faço é em cima do resultado. Não é um resultado que o Botafogo pode ficar satisfeito. Olhando pelo contexto, é mais um ponto somado fora de casa. Isso já faz com que nem tudo seja mal. Mas naquilo que é o Botafogo que eu idealizo e pela desilusão dos meus atletas, digo que não ficamos satisfeitos com o resultado.”

O técnico também destacou sua insatisfação com a entrada forte sofrida por Tchê Tchê na primeira etapa da partida, para a qual sequer foi assinalada falta em favor do Botafogo.

“Foi uma entrada violenta (em Tchê Tchê), e o VAR tem que intervir. Isso é criticar e ficar insatisfeito com momentos de jogo que condicionam e alteram. Podem passar impunes numa situação que aconteceu pela segunda vez. Com a imagem parada, o jogo parou, e eu já vi a imagem. É por demais evidente que não pode passar impune uma entrada daquelas, como já aconteceu frente ao Fluminense na nossa casa, no primeiro tempo também.”

Artur Jorge, treinador do Botafogo (Vitor Silva/Botafogo)

Empate celebrado

Pelo lado do Vasco, o técnico Rafael Paiva valorizou o empate, destacando a capacidade do Vasco de competir contra uma equipe mais forte.

“A gente jogando em casa sempre vai buscar a vitória, esse foi o discurso no vestiário. E é sempre assim com os atletas. A gente não abriu mão de competir, de tentar jogar e de tentar buscar a vitória sempre. A gente respeita demais o Botafogo, que está lutando pela liderança do campeonato. Equipe forte e bem organizada. Acho que, pelas circunstâncias, pontuar sempre é o que a gente precisa fazer. Sempre vamos buscar a vitória, mas a gente não pode sair derrotado de São Januário. A gente conseguiu buscar o empate e vai lutar mais para buscar a vitória sempre.”

Sobre a falta mencionada na seção anterior, Rafael Paiva também se posicionou sobre, indicando sua opinião sobre o assunto e aproveitando para mencionar a leitura colocada pelo treinador Artur Jorge sobre o resultado.

“No momento da jogada eu achei que era para amarelo, por conta de ter mais jogadores na cobertura. Eu não revi o lance, mas no momento do jogo eu achei que o árbitro acertou porque tinha cobertura. A respeito do resultado para eles, cada um tem um jeito de olhar. Para nós, em São Januário, sempre vamos jogar para ganhar independentemente do adversário. E a gente precisa pontuar aqui, os pontos fazem diferença lá na frente, importante não termos perdido o jogo, mas brigar para ganhar sempre aqui dentro.”

Rafael Paiva, treinador interino do Vasco da Gama (Leandro Amorim/Vasco)

Trabalho de bola parada do Botafogo

Artur Jorge aproveitou da entrevista coletiva pós-jogo para destacar o trabalho de bola parada feito pelo Botafogo, determinante para o gol marcado contra o Vasco, em cabeceio de Bastos após cobrança de escanteio.

“É mais uma ferramenta, porque você sabe que hoje nós temos um Brasileirão muito equilibrado, com boas equipes Temos que estar sempre à procura de argumentos para poder ser superior ao adversário. Uma das ferramentas é exatamente isso, a questão das bolas paradas, que tenha resultado ofensivamente. Temos trabalhado bastante aquilo que é o método defensivo, porque são dois momentos muito específicos. Muito próximos da nossa área, onde normalmente existe muita gente dentro da área. É importante que possamos continuar a trabalhar e a conseguir ter, acima de tudo, sucesso, porque nem sempre esse sucesso chega. É mais uma ferramenta. Tudo é conta, tudo é detalhe, tudo é importante naquilo que é a busca do resultado.”

Perguntado por nossa reportagem sobre como foi a sensação de estar pela primeira vez em São Januário, o português deu a sua visão sobre o tema.

“Primeira vez é sempre bom jogar em grandes estádios e estádios emblemáticos, como é o caso desse aqui. Mas falando de modo profissional, minha paixão é jogar no Nilton Santos e poder jogar na frente dos meus torcedores, os que estiveram hoje estiveram do principio ao fim, mas acredito que não tenham saído felizes por termos saído só com um ponto, mas nada mais a registrar, além do que é a minha função de falar do jogo e do que é o resultado final.”

Artur Jorge, treinador do Botafogo (Vitor Silva/Botafogo)

Auto cobrança e mudança de mentalidade

Perguntado pela nossa reportagem, o técnico Rafael Paiva revelou detalhes sobre a auto cobrança que faz em si mesmo durante sua carreira.

“A cobrança é gigante, me cobro muito o tempo todo, desde a época de base. Tive o privilégio de vencer muito na base, peguei equipes extremamente talentosas, trabalhei com grandes jogadores. Nos meus dois últimos anos na base do Palmeiras, ganhei duas Copas do Brasil e dois Brasileiros. Quanto mais você ganha, mais você se cobra. O peso é muito alto, e no profissional não é diferente. Me incomoda muito só defender e não atacar, e tento trazer o que acredito pra equipe. Tenho ficado muito feliz, porque os jogadores acreditam nisso também.

Acho que esse é o DNA do Vasco. Independentemente do resultado, a forma que você compete faz toda a diferença no resultado. Na derrota, no empate, na vitória. É isso que tenho tentado trazer, manter as minhas convicções. É muito difícil porque a pressão pelo resultado é gigantesca no profissional, mas não abro mão de tentar fazer o que eu acredito. Acho que casa muito com o DNA do Vasco. A gente tem tentado evoluir, desenvolver sempre. Acho que o caminho é esse. Por enquanto, tô feliz com o que a gente vem fazendo, mas a gente precisa buscar a vitória sempre. Não vamos parar de trabalhar até conseguirmos sequências mais positivas.”

Em outra pergunta, respondeu sobre as questões mentais envolvendo o time.

“Conseguimos mudar a mentalidade de competir. Não que eles não competiam antes, mas conseguimos organizar um pouco a parte defensiva, estar um pouco mais compacto, conseguir defender com mais jogadores, não o tempo todo só em bloco baixo, conseguimos marcar mais alto. Acho que é um grande avanço. Conseguimos construir mais, estamos menos reféns de uma bola longa no Vegetti, uma coisa que me incomodava muito. Conseguimos construir por dentro, fazer a bola circular nos corredores, chegar com uma bola limpa no campo de ataque. O que tenho cobrado muito, e eles sabem, é o refino no último terço, para a gente criar mais situações de gol, não só com cruzamento, mas também com infiltração, com tabela, com transição. Acho que estamos transitando melhor, fizemos gol no São Paulo de transição, acho que encaixar algumas transições faltou achar o último passe para ser uma situação mais clara, mas é um processo em construção, estamos no caminho.”

Rafael Paiva, treinador interino do Vasco da Gama (Leandro Amorim/Vasco)

O Vasco volta a campo na próxima quarta-feira (03), quando enfrenta o Fortaleza em São Januário pelo Campeonato Brasileiro. Já o Botafogo retorna a campo nesta mesma quarta, mas viaja ao Mato Grosso, para enfrentar o Cuiabá.

Leia mais:

- Anúncio -spot_imgspot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img