A noite da última sexta-feira (28) foi de show brasileiro pela Copa América em Los Angeles, nos Estados Unidos. O Brasil venceu o Paraguai por 4 a 1, com gols de Vinicius Jr. (2), Savinho e Lucas Paquetá (pênalti). Omar Alderete descontou para o adversário.
A partida foi válida pela segunda rodada da fase de grupos da competição e garantiu vida mais fácil ao Brasil na tabela classificatória para a próxima fase. O duelo ficou marcado por um show de Vinicius Jr., que pela primeira vez marcou dois gols num mesmo jogo pela Seleção.
Acompanhe o BTB Sports no Twitter, Instagram e Youtube.
O confronto foi destacado por internautas e jornalistas como um bom desempenho brasileiro. Essa boa impressão contrapõe o desagrado generalizado que havia sido criado pela performance abaixo da primeira rodada, em que o Brasil enfrentou a Costa Rica e ficou somente no empate.
Foi uma injeção de confiança no trabalho de Dorival Jr. ao torcedor, que agora passa a questionar menos os métodos do experiente treinador.
Como foi o confronto?
O Brasil teve dificuldades de imprimir seu melhor jogo durante os primeiros minutos da partida, mas foi se ajustando conforme o confronto se desenvolvia. O Paraguai conseguiu mostrar algumas credenciais interessantes durante a primeira etapa, mas estas foram anuladas para o segundo tempo.
O Brasil teve a oportunidade de abrir o placar aos 31 minutos, quando Lucas Paquetá teve a oportunidade de converter pênalti sofrido. Contudo, o meio-campista acabou desperdiçando a cobrança, deixando o placar em aberto naquele momento.
O grande destaque individual da partida foi Vinicius Jr., que conseguiu exercer aquilo que de melhor tem no seu jogo: intensidade e profundidade ofensiva. Dos pés dele, saíram dois dos gols do time, não por acaso.
O primeiro gol do jogo foi dos pés dele, que aos 34 minutos da primeira etapa recebeu passe preciso de Lucas Paquetá para que ele driblasse o goleiro e concluísse ao fundo das redes.
Apenas alguns minutos depois, Savinho aproveitou rebote de finalização de Rodrygo para ampliar um pouco mais a vantagem brasileira.
O festival de gols teria continuidade quando, em bola mal tirada pela defesa paraguaia, a bola desviou em Vinicius Jr. e garantiu o terceiro gol brasileiro no jogo, o segundo do camisa 7.
No retorno para a segunda etapa, o zagueiro adversário Omar Alderete chutou firme de fora da área e, em momento de rara felicidade, superou o goleiro Alisson, descontando para os paraguaios.
Isso não abalaria a Seleção Brasileira, que demoraria pouco mais de 20 minutos para dar a resposta, quando novamente teve pênalti a seu favor. Paquetá voltou a estar na marca do cal, mas dessa vez foi mais feliz, convertendo a sua cobrança.
O restante do jogo foi baseado num Paraguai abatido, impondo pouca dificuldade ao Brasil. Alisson foi pouco testado nessa reta final e a superioridade do Brasil prevaleceu, garantindo o triunfo no placar final.
Vinícius Júnior exaltado
Após a partida, em entrevista coletiva pós-jogo, o treinador Dorival Júnior aproveitou a oportunidade para exaltar o desempenho de Vinícius Júnior.
“Vini fez partida plasticamente perfeita, com grandes lances, grandes jogadas, dinâmico, efetivo, direto e participativo, tudo o que queremos destes jogadores de capacidade única.”
“Na partida anterior, o Vini estava muito bem marcado, existia uma dobra, às vezes até três jogadores, tanto pela esquerda como pela direita. Ele procurou as jogadas, teve o mesmo ímpeto de hoje, a maneira como a equipe adversária se comportou hoje foi diferente da anterior. Isso foi um ponto fundamental. Talvez não tivemos a posse de bola do jogo anterior, mas a efetividade foi muito maior, a maneira como atuamos criou dificuldades para o adversário, principalmente quando deixamos um para um, provado pelo posicionamento trabalhado.” ele completou.
Explicação para seus ajustes
Em relação ao time brasileiro que foi a campo na primeira rodada da fase de grupos, Dorival fez algumas alterações, além de ter imprimido uma postura de substituições diferente durante a partida. Ele explicou essa situação na coletiva pós-jogo.
“Estávamos tendo problema sério no início, o Enciso flutuava, e o Paquetá dava passos atrás, facilitando iniciação dos volantes adversários. Passando João para o lado esquerdo, demos liberdade ao Bruno, o João segurava um pouco, o Enciso começamos a neutralizar o que eles tinham de melhor. Depois passamos Rodrygo ao lado direito para que ele aproximasse com Savinho, que estava isolado. Algumas mexidas de acordo com o que a equipe apresenta, facilita mexer sem precisar trocar peças. Trouxemos o Wendel por dentro, ele praticamente jogava como terceiro homem de meio, mas com liberdade para explorar corredores quando Vini estava aberto, ou quando Vini ia por dentro usava flancos. Mudanças importantes e fundamentais para o grande resultado.”
Evolução da equipe
O treinador também aproveitou para avaliar o aspecto evolutivo da equipe, que vem se aperfeiçoando aos poucos sob seu comando.
“Acho que tivemos esse trabalho bem executado na partida anterior, não tivemos os gols desta partida. Fizemos partida segura na anterior, coisas boas, correções de posicionamento, fatos que vinham gerando dificuldade. Hoje foi uma partida com outra característica, adversário jogando de outra forma, buscando jogo contra o Brasil, mostra que estamos trabalhados para enfrentar linha baixa de marcação ou equipe que jogue de igual para igual. Resultado importante, construção fundamental e o individual de alguns jogadores foi importante.”
Clima de seriedade
Em relação ao clima da primeira partida, pôde ser observado um time mais sério, menos “festivo”. Dorival comentou sobre essa diferença.
“Não tivemos, mas vejo com naturalidade, já ganhei e já perdi com música ou não, quando falamos: “cinco minutos para o aquecimento”, todos ficam focados. Alguns ouvem músicas, outros cânticos, alguma mensagem, isso é respeitado, são profissionais, sabem os momentos, o que podem o que devem, conduzimos com liberdade, cada um com responsabilidade do que é feito.”
O Brasil volta a campo na próxima terça (02), quando enfrenta a Colômbia pela terceira rodada da fase de grupos da Copa América.
Nesse momento, é fundamental que os comandados de Dorival vençam ou empatem, pois caso desperdicem pontos, podem ser superados pela Costa Rica e ficar de fora da zona classificatória para a próxima fase.